Aldeia Estate of mind

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Hoje lembrei-me da aldeia da minha avó materna (até tem uma fotozinha ao lado para verem) onde passava as férias todos os anos. E deu me um bocadinho de saudades. Mas também foi só um bocadinho e passou logo mal comecei a pesar as coisas. É que eu sou um citadino de Gema e não tenho vergonha em admiti-lo. Quando era mais pequeno aquilo era uma maravilha ir para a aldeia mas agora já não acho assim piada nenhuma á ideia de passar lá mais que uma semana seguida. Porquê? Rede de telemóvel é uma merda - Cheguei ao cúmulo de ter imensas vezes que ir para ao pé do frigorífico da minha avó com o meu telemóvel para poder mandar umas míseras mensagens ou fazer alguns telefonemas. E quem me tira os sms (se tiver saldo para eles) tira-me o oxigénio basicamente. TODA a gente conhece toda a gente – é incrível, mas eu meto um pé fora do carro e passados dois segundos toda a gente da rua já sabe que chegou o neto da Edeme(a minha avó materna). E a coisa interessante sobre as aldeolas deste pais é que há muitas velhotas super queridas com um buço imenso a quem temos obrigatoriamente que dar dois beijinhos para podemos passar por elas (é uma espécie retorcida de cobrança de portagem com o corpo ) embora ache gira a ideia de uma espécie de união na qual toda a gente se dá bem e se conhece é um bocadinho incomodo. Querem saber tudo sobre a nossa vida (e eventualmente até descobrem coisas que nem nós poprios sabemos) – é normal, quando uma pessoa chega é novidade por alguns instantes… e quais repórteres rurais lá vêem os aldeões tentar apanhar informação ainda não percebi bem para o quê Há primos em todas as ruas - Eu não conheço 80% da família da parte da minha mãe. Mas aparentemente metade da aldeia da minha avó tem alguma espécie de grau de parentesco comigo. É traumático ter que cumprimentar o “Ti José” com dois beijos na cara sabendo que ele cheira imenso a naftalina e que muito provavelmente nem nos conhece de lado nenhum. Conversas constrangedoras são uma constante - É terrível como a vizinha do fundo da rua ainda se lembra como eu e a neta dela gostávamos imenso de brincar aos maridos e ás mulheres… ou de histórias relacionadas com a minha genitália de fora. Not nice… e por mais que eu core e implore a poderes superiores para abrirem um buraco no chão que me engula e acabe com a minha miséria… nunca acontece tal coisa. Fico com sotaque - Por algum motivo sobrenatural fico sempre com sotaque alentejano quando lá vou. Tenho que vir para baixo na viagem a pensar como se devem dizer as coisas xD. Não há bares – okay eu não sou uma pessoa que esteja sempre a sair á noite… mas para ir a um bar ter que pegar no carro e ir á vila mais próxima é meio deprimente. Labregagem - a sério eu estou a escrever isto e a rezar para que ninguém de lá da aldeia vá ler isto senão quando lá for morri. Não odeio ninguém lá, não conheço ninguém o suficiente para gostar mt ou não… este ponto para todo o caso não é referente a toda a gente é só a alguns (muitos pronto)… mas as pessoas da minha faixa etária de lá são tão labregas…really. Não critico as roupas q isso é como o outro, nem se vestem mal nem nada. Não critico a linguagem porque isso também não me incomoda. São os comportamentos… eh pah , parece que as pessoas param no tempo para algumas coisas. Há montes e montes de pirralhas que se acham umas grandes mulheronas só porque já se menstruam e usam maquilhagem em excesso (e a bela da fisguinha) e os gajos pensam que são todos uns macho mans porque redescobriram a amiga brilhantina e as bebedeiras de caixão á cova. E depois ironicamente cada vez que vem alguém de fora as pessoas sentem a necessidade de mostrar que são super prá frentex (coisa que sinceramente me interessa tanto como a vida sexual do José castelo branco) TODA A GENTE FUMA – é assim eu não tenho nada contra as pessoas fumarem, mas gostava imenso de entrar e sair dum café sem o risco de morrer sufocado com a porra do fumo aumentar drasticamente. Fumam como chaminés e desde super novos o que é saudável pos putos que vêem aquele exemplo e vão atrás (para alem de que podiam não fumar em casa, mas até lá se fuma ;-;) E a gota de água: Somos sempre outsiders- por algum motivo que nunca consegui perceber, as pessoas tratam-me de maneira diferente do que entre si. Não diferente do género “vamos ser mais simpáticos com ele porque não é de cá” é mais do género “o que é que este cromo está aqui a fazer?” claro que as pessoas de família e os poucos amigos q lá tenho não fazem isso… mas há muita gente que o faz quase inconscientemente. Continuo a adorar a aldeia da minha avó, e a gostar moderadamente das pessoas, mas passar lá muito tempo seguido daria comigo em doido em menos de nada. não me tirem a minha cidade, os meus carros a passar na estrada a toda a hora, os meus shoppings, os meus cinemas e o meu anonimato senão cometo uma loucura. Observação: este post não se destina a denegrir especificamente a imagem da Aldeia da minha avó aqui utilizada como exemplo. Serve apenas para demonstrar como se processam as coisas nas aldeias de Portugal. E vocês? têm parentes em aldeias? Vão lá muitas vezes? Reparam nalguma destas coisas?alguma coisa que não tenha sido mencionada? (e agora vou-me preparar pa ir sair cos amigos. yay) [a ouvir: Mesa - ] [Humor: ácido(ainda) ]

Hoje lembrei-me da aldeia da minha avó materna (até tem uma fotozinha ao lado para verem) onde passava as férias todos os anos. E deu me um bocadinho de saudades. Mas também foi só um bocadinho e passou logo mal comecei a pesar as coisas. É que eu sou um citadino de Gema e não tenho vergonha em admiti-lo.
Quando era mais pequeno aquilo era uma maravilha ir para a aldeia mas agora já não acho assim piada nenhuma á ideia de passar lá mais que uma semana seguida.

Porquê?

• Rede de telemóvel é uma merda - Cheguei ao cúmulo de ter imensas vezes que ir para ao pé do frigorífico da minha avó com o meu telemóvel para poder mandar umas míseras mensagens ou fazer alguns telefonemas. E quem me tira os sms (se tiver saldo para eles) tira-me o oxigénio basicamente.
• TODA a gente conhece toda a gente – é incrível, mas eu meto um pé fora do carro e passados dois segundos toda a gente da rua já sabe que chegou o neto da Edeme(a minha avó materna). E a coisa interessante sobre as aldeolas deste pais é que há muitas velhotas super queridas com um buço imenso a quem temos obrigatoriamente que dar dois beijinhos para podemos passar por elas (é uma espécie retorcida de cobrança de portagem com o corpo ) embora ache gira a ideia de uma espécie de união na qual toda a gente se dá bem e se conhece é um bocadinho incomodo.
• Querem saber tudo sobre a nossa vida (e eventualmente até descobrem coisas que nem nós poprios sabemos) – é normal, quando uma pessoa chega é novidade por alguns instantes… e quais repórteres rurais lá vêem os aldeões tentar apanhar informação ainda não percebi bem para o quê
• Há primos em todas as ruas - Eu não conheço 80% da família da parte da minha mãe. Mas aparentemente metade da aldeia da minha avó tem alguma espécie de grau de parentesco comigo. É traumático ter que cumprimentar o “Ti José” com dois beijos na cara sabendo que ele cheira imenso a naftalina e que muito provavelmente nem nos conhece de lado nenhum.
• Conversas constrangedoras são uma constante - É terrível como a vizinha do fundo da rua ainda se lembra como eu e a neta dela gostávamos imenso de brincar aos maridos e ás mulheres… ou de histórias relacionadas com a minha genitália de fora. Not nice… e por mais que eu core e implore a poderes superiores para abrirem um buraco no chão que me engula e acabe com a minha miséria… nunca acontece tal coisa.
• Fico com sotaque - Por algum motivo sobrenatural fico sempre com sotaque alentejano quando lá vou. Tenho que vir para baixo na viagem a pensar como se devem dizer as coisas xD.
• Não há bares – okay eu não sou uma pessoa que esteja sempre a sair á noite… mas para ir a um bar ter que pegar no carro e ir á vila mais próxima é meio deprimente.
• Labregagem - a sério eu estou a escrever isto e a rezar para que ninguém de lá da aldeia vá ler isto senão quando lá for morri. Não odeio ninguém lá, não conheço ninguém o suficiente para gostar mt ou não… este ponto para todo o caso não é referente a toda a gente é só a alguns (muitos pronto)… mas as pessoas da minha faixa etária de lá são tão labregas…really. Não critico as roupas q isso é como o outro, nem se vestem mal nem nada. Não critico a linguagem porque isso também não me incomoda. São os comportamentos… eh pah , parece que as pessoas param no tempo para algumas coisas. Há montes e montes de pirralhas que se acham umas grandes mulheronas só porque já se menstruam e usam maquilhagem em excesso (e a bela da fisguinha) e os gajos pensam que são todos uns macho mans porque redescobriram a amiga brilhantina e as bebedeiras de caixão á cova. E depois ironicamente cada vez que vem alguém de fora as pessoas sentem a necessidade de mostrar que são super prá frentex (coisa que sinceramente me interessa tanto como a vida sexual do José castelo branco)
• TODA A GENTE FUMA – é assim eu não tenho nada contra as pessoas fumarem, mas gostava imenso de entrar e sair dum café sem o risco de morrer sufocado com a porra do fumo aumentar drasticamente. Fumam como chaminés e desde super novos o que é saudável pos putos que vêem aquele exemplo e vão atrás (para alem de que podiam não fumar em casa, mas até lá se fuma ;-;)

E a gota de água:

• Somos sempre outsiders- por algum motivo que nunca consegui perceber, as pessoas tratam-me de maneira diferente do que entre si. Não diferente do género “vamos ser mais simpáticos com ele porque não é de cá” é mais do género “o que é que este cromo está aqui a fazer?” claro que as pessoas de família e os poucos amigos q lá tenho não fazem isso… mas há muita gente que o faz quase inconscientemente.

Continuo a adorar a aldeia da minha avó, e a gostar moderadamente das pessoas, mas passar lá muito tempo seguido daria comigo em doido em menos de nada. não me tirem a minha cidade, os meus carros a passar na estrada a toda a hora, os meus shoppings, os meus cinemas e o meu anonimato senão cometo uma loucura.

Observação: este post não se destina a denegrir especificamente a imagem da Aldeia da minha avó aqui utilizada como exemplo. Serve apenas para demonstrar como se processam as coisas nas aldeias de Portugal.

E vocês? têm parentes em aldeias? Vão lá muitas vezes? Reparam nalguma destas coisas?alguma coisa que não tenha sido mencionada?

(e agora vou-me preparar pa ir sair cos amigos. yay)

[a ouvir: Mesa - ]

[Humor: ácido(ainda)

]