terça-feira, abril 19, 2011

O verdadeiro significado de um par de patins

No outro dia estava a vasculhar um armário, e encontrei um cartão de são Valentim de há aproximadamente uns 8 anos, dado por uma das minhas primeiras namoradas no verdadeiro sentido da palavra. E curiosamente lembrei-me imediatamente da nossa leinda historieta de amor, e dos beijos trocados na biblioteca, e de nos metermos no armário dela para os pais não verem que estávamos no quarto, e dos esfreganços dignos de dois adolescentes com as hormonas aos pulos. E depois dessas coisas todas lembrei-me por arrasto de como tudo acabou. E desatei-me a rir, porque lembrei-me da minha primeira tampa, e do drama que fiz durante uma semana.

A coisa bonita nos namoricos, (e cada vez mais frequente hoje em dia) é que muitas vezes eles se assentam em muita coisica menos no tal amor e naquelas coisas todas dignas duma novela das oito. Quanto mais novinhos somos mais provável é confundirmos uma paixão platónica com o amor das nossas vidas.

E é nessa altura que entra a bela da tampa, a salvação das alminhas entediadas com uma relação sem futuro... afinal quem é que nunca levou um belo passa fora, ou deu um?
A ideia de acabar um relacionamento por mais recente que seja é sempre difícil de processar para ambas as partes, mas de um modo geral quem leva com os patins tem sempre aquela tendência desconcertante de cozinhar os miolos em busca de um “porquê?” que justifique razoavelmente toda a situação “lifechanging”. 

É claro – como nem podia deixar de ser – que existe toda uma parafernália de clichés mais ou menos politicamente correctos para dizer o célebre “acabou, vai à tua vidinha que eu sigo a minha” de uma maneira softzinha, com os quais toda a gente está mais ou menos familiarizada.

O que nos falha sempre é uma espécie de tradução do que aquelas fatídicas palavras querem mesmo dizer, aquilo que está por detrás da frase que nos lixa até ao âmago.
Como eu gosto de prestar serviço público, cá vai:
·         “Não és tu, sou eu”- esta não é uma tampa, é A tampa. Por algum motivo, alguma alminha achou que transferir metaforicamente a suposta culpa para si atenua todo o drama. ERRADO. Anyway, o que isto acaba por significar é algo como “Não és tu sou eu… que vi que afinal nem te acho assim tanta piada quanto isso e por isso… olha have a nice life, okay?
·         “Tenho que perceber o que sinto” – Gosto particularmente de ver situações em que isto acontece. Suscita sempre uns bons momentos de dúvida. Mas é alguma coisa como: “Tenho que perceber o que sinto, se é uma vontade absurda de te atropelar com um camião cada vez que abres a boca, se é vontade de chorar por estar ao pé de ti. Como tal desaparece-me da frente até eu ter realmente lata para te dizer para ires À tua vidinha”
·          “Somos muito diferentes” – Ah, a cartada da diferença. É interessante ver que as diferenças podem ser um pró ou um contra, dependendo do quão inclinados estamos para dizer “xau xau” a alguém. Significa mais ou menos: “Eu sou um máximo e acho que tu és uma chaga do cara*** e sinceramente tenho mais que fazer do que te aturar, passar bem”
·         “Eu não te mereço” – significa invariavelmente: “pus-te os cornos e aborrece-me dizer-te. E provavelmente até foi com a tua /o teu melhor amiga(o). Yay!”
·         “Vamos dar um tempo“ – esta é um corte que não o chega a ser. Uma coisa tão épica que nem há palavras. A verdade é que “dar um tempo” geralmente significa “quero variar o menu, mas “traição” é uma palavra feia, por isso damos um tempo e quando eu me jogo a outras febras e depois se me apetecer logo voltamos a brincar às casinhas”
·         Acho que devemos ser só amigos” – se eu tivesse 1 euro por cada vez que me disseram esta … pelo menos sei que quer dizer: “Sei que gostas de mim, mas como não é recíproco, vou antes contar-te os sórdidos detalhes da minha vida amorosa com outras pessoas que não tu, até conseguir que te jogues duma ponte por desespero, ou que te desinteresses por mim”
O engraçado é que todas as tampas se podiam resumir a uma simples frase “(já) não gosto de ti, xau”. Mas claro que dizer isso assim do nada havia de ser estranho

E vocês?
Já levaram muitas tampas?
Já deram muitas?
Como reagem a uma? Como foi a vossa primeira tampa?
Algum cliché a acrescentar? Já usaram algum da lista?
Qual é que acham que foi a tampa que levei há 8 anos destas todas? vá, lucky guess xD
Vá, toca a ler, comentar subscrever e gostar no facebook ;)


[A ouvir: Cowboys and kisses - Anastacia]
[Humor: Divertido]

3 comentários:

  1. Gostei bastante de ler o teu post. Acima de tudo haja sinceridade, o que regra geral não acontece. A tampa que me ficou "atravessada" foi a do "preciso de um tempo" à qual respondi "preciso do divórcio" :)

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  2. ahah, deu para rir, mas acabar relacionamentos com essas desculpas é mau...mais vale nem começar e usar um "desculpa, mas não estou emocionalmente preparada para uma coisa tão séria...cof, cof...e se não for sério também não"

    Acho que a tampa que levaste foi a ultima, acertei?

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  3. Ísis
    Sê bem vinda!
    Pois, eu geralmente quando acabo as coisas evito usar essas coisas. se fosse eu acho que reagia como tu.
    Caracóis Dourados
    LOOOOL essa já a ouvi uma vez ou duas por acaso, mas não eram direccionadas a mim xD.Como é que adivinhaste? xD é quase sempre essa se bem que já ouvi uma vez ou duas a "somos muito diferentes" xD

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