quarta-feira, outubro 31, 2012

Momentos Uáte da Faque VIII

E a crise continua lá fora... mas só a monetária, porque em matéria de notícias assustadoramente idiotas, a crise nunca chega.

Para quem não tem vivido debaixo de um pedregulho nos últimos 5 dias, o Furacão Sandy atingiu esta semana os Estados Unidos, passando por New york, e New Jersey, sem destino certo para o seu rasto de destruição.
E pelo meio de notícias trágicas de pessoas mortas e casas destruídas e todas aquelas coisas muito típicas de uma catástrofe, heis que saída dos escombros,vemos a bela atriz brasileira, Nana Gouvêa:



Não, isto deve ser photoshop... Claro, é photoshop!
Bem, depois de ver mais meia dúzia de fotos do gênero em que a querida posa em cima de carros escangalhados, àrvores caídas e estradas cheias de entulho, assimilo que é verdade.
Imagino que devam dar uma bela fotografia de facebook.

Mas a cereja em cima do bolo vem com a profunda entrevista que Nana Dá:
Mesmo presa dentro do apartamento com o marido, Nana disse que não sente tédio. Pelo contrário, tem aproveitado os momentos a sós com ele para namorar muito
... Sim, num furacão, uma pessoa sente imenso tédio trancada em casa. Não haja dúvida.
"O furacão nos aproximou muito mais do que se fosse uma viagem comum com tempo normal e tenho que confessar que adoro hurricanes (furacões)!
Vá, vamos lá dizer que somos poliglotas Nana. Qual a melhor maneira? dizer a palavra furacão e depois dizer hurricanes. só para mostrar que além de linda - E por acaso a moça é mesmo muito jeitosa - e diva, Nana fala inglês.
Nunca temos esse tempo todo pra ficar juntinhos e temos realmente passado a maior parte do tempo na cama! Só saí de casa para ir à academia e hoje, quarta, 30, só deixei o apartamento para fazer essas fotos.
Ou seja, só saiu de casa para tirar as fotos e para ir ao ginásio... propósitos dignos para se ignorar a advertência da proteção civil lá da zona, não haja dúvida.
Esse é o segundo furacão presenciado por Nana (...) "O primeiro foi o Irene, justamente quando eu Carlos estávamos começando a nossa relação e era a minha primeira viagem a Nova York para ficar com ele durante uma semana aqui. Passamos a nossa primeira semana juntos trancados no apartamento dele, assistindo filmes, eu cozinhando e, claro, foi uma delícia de lua de mel".
Eu quero comentar, juro que quero, mas o que é que posso dizer?
No, really?
Eu amo passar por hurricanes com meu amor! É muito romântico e hoje vou abrir uma garrafa de vinho", disse Nana ao EGO.
Bem, se calhar sou eu que já estou desatualizado nestas coisas de romance... mas fouda-se, um furacão que mata pessoas e destrói cidades consegue ser uma lua de mel deliciosa? Só eu é que estaria cagado de medo a pensar que as janelas não iam rebentar, se o telhado não ia saltar, e se não vinha um tsunami de 8 metros costa fora?
...Oh... acho que acabei de perceber para quê o vinho!

A parte mais tocante de toda esta entrevista é que nem uma vez a moça falou dos 30 mortos, ou lá da destruição que andou a fotografar com o marido.
Ou o homem é muito bom de cama, ou o furacão varreu lhe o juízo.
Ou os dois, sei lá.

sábado, outubro 27, 2012

E o blog faz hoje 3 anos

Olhando para trás acho piada à noção que tinha de ter um blog.
Quando aqui entrei, um completo outsider, que escrevia... bem, maioritariamente escrevia para mim, ninguém me lia, porque obviamente ninguém me conhecia.
E tinha a ideia inocente de que conseguiria facilmente escrever um post por dia.
Por essas contas, tendo já 1095 dias de existência, este deveria ser o 1095º post.Talvez lá tivesse chegado, há sempre os looks do dia, e os derivados, mas sabem que não é disso que estou a falar.
Quem diz que ter um blog é fácil, nunca teve um blog.
Não é complicado - pelo menos para mim - ter assunto.
Não é complicado expressar-me.
Não é complicado lidar com opiniões contrárias - eu pelo menos adoro um bom debate.
É mais complicado saber do que quero falar, quando quero falar de 5 coisas ao mesmo tempo... e quando a escolha é muito difícil, remeto-me ao silencio (o que é uma espécie de tortura pra mim, trust me.).

Durante estes 3 anos, conheci pessoas muito porreiras, e outras que... vá de retro! Poderia culpar a blogosfera, mas a culpa é das pessoas, que são assim onde  quer que vão.
Vi muitos blogs morrerem, porque os donos não tinham o que dizer, ou não queriam dizer mais nada, e pensei sempre "não, o meu não vai pelo mesmo caminho".
E não foi.
Se em parte foi por gostar do que faço, outra grande parte devo-a a vocês, leitores.
A vocês que comentam, aos que me seguem no facebook, e aos que passam por cá todos os dias.
Continuem a ler-me, porque eu, não vou parar de escrever tão cedo.
Como já é da praxe, dei uma repaginada no visual, nada de mais, mas queria deixar aqui um  grande obrigado.

sexta-feira, outubro 26, 2012

007 e a crise da meia idade

The name is bond, James Bond.
Mais que uma personagem de um franchise, James Bond é já um ícone.
Afinal, quem é que nunca viu um dos muitos filmes da interminável odisseia do mais famoso agente do MI6?
Estreou esta semana – mais precisamente hoje – o novo filme da saga de 007, (007 – Skyfall), o agente secreto que salva o mundo e parte corações por onde quer que passe, e, juntamente com a vontade de ir ao cinema vê-lo, veio-me a vontade para um post.


Calhou à Adele dar música ao 007 desta vez.

Afinal, desde 1962 – 50 anos, é obra! –, este agente secreto traz às salas blockbusters de ação, sedução e aventura que colam à tela miúdos e graúdos.

Eu sei que muitos vêm a personagem como um herói.
Um sedutor nato.
Um bom vivant.

Mas mais que isso tudo, para mim, James Bond é a personificação da crise de meia-idade.

007, já não é um “puto”.
Os seus tenros 20 anos há muito se foram, e provavelmente não interessariam a ninguém.
É mais sabido, gingão, recém-entrado nos 40, afinal é aí que a vida começa.
Por ter 40, não é – obviamente – “demasiado velho” para uma carreira na espionagem internacional de alto risco. Pff!
Comprovamos isso mesmo vendo-o nas suas missões mais que impossíveis.
Todas muito “de alto risco”, cheias de vilões com próteses douradas – nunca percebi muito bem porquê o dourado, enfim – , maquinaria infernal e planos diabólicos para dominar o mundo (ou um país algures na Antártica, qualquer coisa do género).
Juntemos uma bomba com temporizador, e temos a festa armada.
...quer dizer, não seria uma grande festa se não déssemos ao 007 os carrões (eternos propulsionadores do ego masculino) e os gadgets (vulgas engenhocas).
Não satisfeito, James Bond ainda é promovido a semideus sexual da testosterona e ganha as Bond Girls numa bandeja.
Uma, duas ou três de uma vez (por filme) é ver toda uma panóplia de femme fatales a desfilar no ecrã.
E o James Bond dà conta delas todas.
Não há aquele cenário altamente provável de uma franganita de 20 e poucos anos não querer nada com um quarentão. Oh no,É tensão sexual, do início ao fim.
De um confronto semi-violento – Hey, O James Bond é um cavalheiro, não bate em mulheres, mesmo que sejam assassinas psicóticas – de pistola na mão passavam umas atrás das outras para um quarto em meia-luz, um negligé semi transparente e um outro tipo de confronto, provavelmente mais violento – if you know what I mean.

Claro, no fim James Bond vai parar a Bomba, matar o vilão e comer a bond Girl, tudo isto ao som de explosões tiros, e gemidos.
E quando for muito velho para o trabalho, aparece outro James Bond, no questions asked.

E na plateia, aposto que muitos suspiros se ouvem, não do mulherio fascinado com o sex appeal do protagonista, mas de muitos senhores que dariam um braço ou uma perninha para poderem dizer:
The name is Bond, James Bond.

Digam lá de vossa Justiça:
Concordam? Discordam?
Vão ver o novo filme? 
Viram algum filme da saga?
Gostam?
Qual foi o vosso preferido?
Qual o melhor James Bond até agora, no vosso parecer? (Pierce Bosnan, cá pra mim)
E a melhor theme song?
Eu tinha que ir para esta:

Vá, comentem, leiam, subscrevam, e dêm gosto na página se gostaram do post, yada yada yada! Bom fim de semana!

quarta-feira, outubro 24, 2012

Os vegan pelos olhos de um omnívoro em tempos de crise

Desde que me lembro que não consigo comer aves de caça, porque tenho sempre a impressão que algures no meio do mato ficou um ninho de piquenas perdizes orfãs abandonadas ao relento, e eu estou a comer a mãe delas com batatinhas no forno e molho à caçador.
E por causa disto já houve quem me dissesse que eu devia virar vegan.

Eu não sei se isso seria algum elogio ou só um comentário como outro qualquer, mas hoje lembrei-me de responder.

Para começar não quero ser vegan porque os vegans são na maioria uns chatos.
Digo isto porque até à data nunca conheci um vegan que não tentasse obrigar toda a gente à sua volta a deixar de comer tudo o que tenha origem animal. E vamos ser honestos, para além de não ser nada simpático não respeitarem a opção alimentar das outras pessoas (como fazem com eles), ter que levar com um discurso moral efervescente cada vez que damos uma dentada num hambúrguer, ou comemos um ovo estrelado, dá sempre a sensação de que estamos a ser convidados para um culto religioso secreto “vamos abraçar um porco” ou “os ovos têm sentimentos”. Não é como se estivéssemos a matar vacas e porcos para fazer casacos de pele, ou para outro propósito fútil. É para comer...
Nessas alturas percebo como se sentem os fumadores com aquelas campanhas de choque em que mostram pulmões com cancro e pessoas com dentes podres. Not that great.

Depois há toda aquela coisa de não se poder comer nada que venha dos animais.
A coisa de não se comer os ditos animais eu percebo.
Aliás, é a única parte de ser vegan que eu até acho mais ou menos nobre, pronto.
Acho muito mal que se maltratem os animais que estão para abate, blablabla.
Mas alguém me explica de que maneira é que estamos a maltratar uma galinha por comer ovo cozido? Ou uma vaca por comer iogurtes?

Depois há todo o detalhe da comida vegan ser um dó.
Se eu tiver algum leitor vegan, já sei que me vai cair em cima e dizer que têm comida deliciosa e nhenhenhe. e quando são só os legumes eu até gosto e como uma data de vezes almoços vegetarianos, mas quando entra o tofu e o seitan e aquelas coisas que parecem mioleira alien, não sei, a minha fome evapora-se.

A coisa que eu mais gosto no meio disto tudo, mais até do que os pontos acima enumerados, é que ser vegan, é um desporto de gente rica.
Falam do respeito pelos animais e de como todo o mundo deveria adoptar essa filosofia de vida e nhenhenhe, mas se tiveres uma carteira vazia, comes carne ou tás lixado, porque tal como a equitação ou a vela, vegan é uma coisa de elites.

No, seriously, no supermercado compra-se um frango inteiro (1 quilo +-) por 3,60€. Um frango inteiro dá para 3/4 pessoas. uma família portanto.
Uma embalagem de tofu de 250 gramas custa 3,43€.
Digam-me lá quantos pobres têm dinheiro para coisas vegan, quando é quase tudo 2 a 3 vezes mais caro? Principalmente agora que estamos em tempos de crise?
É tudo uma hipocrisia, é o que é.

Dito isto, eu continuo a gostar de animaizinhos.
Gosto! Gosto das vaquinhas, dos porquinhos, dos cavalinhos, e dessas coisas todas. Curiosamente também continuo a gostar muito de uma costeleta, uma bifaninha, ou umas coxinhas de frango.
Deal with it.


E vocês pessoas?
São vegan - se forem vêm já reclamar, I know the drill - , vegetarianos, comem só peixe, ou são aqui como o Je e comem de tudo?
Seriam capazes de ser vegan?
Sim/não, porquê?
Acham que este modo de vida alguma vez vai ser mais acessível?

Vá, toca a comentar que eu vou comer o belo do hambúrguer, e um ovo estrelado com manteiga.

Pergunta aos insomniáticos

Eu devia estar a dormir.
Em vez disso estou a:_______________________
Completai a frase pessoas noctívagas.
Eu cá estou a comer torradas e a ouvir música, coisa fantástica para amanhã ter que acordar cedo.

domingo, outubro 21, 2012

Perguntas De Fim De Semana LXIV

A vossa casa está a arder!
É um cenário bastante desagradável, mas fazer o quê?
No tempo que têm antes de escaparem, Salvam alguma coisa?
Se sim, o que é que levam convosco?
Um álbum de fotografias?
A vossa camisola preferida?
O cão, o gato, o periquito?
Não vamos contar com as pessoas da família, vamos assumir que essas têm todas perninhas e se safam bem sozinhas.


Se fosse eu...:

A minha casa está a arder!
Porra, não me faltava mais nada?
Acordo provavelmente de um salto, e a primeira coisa em que pego é nos meus óculos.
Acho muito bonito a conversa de se escolher coisas de valor sentimental, mas eu cá gostava de as conseguir efectivamente ver, sei lá, chamem-me prático.
De seguida pego na carteira, dispenso ter que me meter em filas intermináveis para tirar uma segunda fornada de documentos logo depois de ter a casa esturricada, e no telemóvel, porque para além de querer ligar aos bombeiros, tenho lá os contactos todos, também dispenso perder isso (se tiver sorte, ainda pego no carregador, porque ter um telemóvel sem bateria é o dó).
Enquanto ainda estou provavelmente a pensar que devia ter feito um seguro ás minhas coisas, pego no meu mealheiro.
Está bem que está quase cheio de ar, mas ainda tem alguns trocos, sempre dá para desenrascar qualquer coisinha (devia levar um abre latas, mas acho que não é boa ideia perder tempo com isso).
De caminho arranco os dois discos externos do PC, que não quero perder a minha música toda.
Como já estou a começar a ficar com muitas coisas na mão, meto tudo na mochila mais próxima e mais um ou dois livros (e se encontrar o tablet, atrafulho-o para lá também, se não, acho que o seguro cobre incêndios).
Se tivesse um saquinho (do lixo) à mão levava os meus cachecóis todos, mas hey, a casa está a arder, não quero virar churrasco a recolher mais de trinta cachecóis e lenços , por isso levo o primeiro que apanhar.
Pena dos periquitos que vão virar rodízio, não acho boa ideia ir lá abrir a gaiola though.
No meio destas coisas todas só espero sinceramente que a casa não tenha incendiado numa daquelas noites em que eu resolvo dormir de boxers, ou lá ia eu descalço e em pêlo, enrolado com um cachecol, a descer 4 lances de escadas.

Respondam na comment box, ou façam um post em resposta no vosso blog - se fizerem, partilhem aqui!
Bom Fim de semana!

PS: não me lembro se já fiz esta pergunta aqui, já faz tanto tempo que esta rubrica existe, é possível que eventualmente me repita sem querer. não me processem!

quinta-feira, outubro 18, 2012

Ricardo o Fashionista e o frio psicológico de outono

Hoje acordei num perfeito dia de Outono.
Finalmente o calor deu tréguas e voltámos àquele ar cinzentão acompanhado de uma bela chuvada e uma brisa fria que tanta falta me fazia.

A coisa fantástica do outono, é que as pessoas parecem estar indecisas sobre se estão ou não com frio, o que acaba por trazer todas aquelas tendências maravilhásticas que eu adoro.

Podia aqui falar do imensamente debatido microshort conjugado com o blusão de penas, porque afinal uma pessoa fica na duvida. Ou estão com frio, e vestem um casaco de penas, ou estão com calor e andam com o pernil à mostra em plena chuva. agora os dois já é meio confuso. (Estão com calor só da cintura pra baixo, é isso?)
Podia falar do facto de subitamente toda a gente andar na rua com gabardinas, sobretudos, e casacões de pelo de ovelha, quando.... descemos apenas 3 a 5º graus de temperatura... se tanto.

Mas a "moda" que eu mais adoro no outono - e que se repete ano após ano - é que toda a gente começa a usar os acessórios para o frio... quando não está assim tanto frio.
Ele é botas de cano alto recheadas de pelo, luvas de cabedal, meias polares, camisolões de gola alta, e a cereja no topo do bolo, as orelheiras e os barretes de pelo.


Não sei, posso ser eu que não acho lá muita piada a todo o look "caçador de focas urbano", mas não consigo ver o sentido de se andar coberto da cabeça aos pés como se estivéssemos em Dezembro no meio de Kiev, onde as temperaturas chegam aos -50º, quando, da última vez que olhei para o termómetro, estavam 14º graus por aqui em Albufeira, e em Lisboa, e 15º no Porto.
(E sim, já vi pessoas com isto pelas ruas de Albufeira)

Eu gosto do meu friozinho, mas menos gente, muito menos.

E vocês?
Que "modas" sazonais mais detestam?
Vá, toca a ler comentar e subscreve, yada yada yada

quarta-feira, outubro 17, 2012

Eu não quero ser velho

Quando digo às pessoas que tenho medo de envelhecer, sei que ninguém me leva a sério.
Pensam que estou a falar da boca para fora, que é só mais uma piada – afinal, eu estou sempre a brincar – , riem-se e descartam-me, e a conversa fica por aí.

Mas mesmo que as conversas morram, o tempo continua a passar, e o meu medo não desaparece.
Não é nenhuma fobia que me consuma 24 horas por dia, nem nada que se pareça, mas eventualmente dou por mim a pensar nisso.

Qualquer dia vou de facto ser velho.
Isto pode parecer ridículo, afinal, vamos todos envelhecer, e eventualmente morrer, ciclo da vida, bla bla bla.

O que me assusta, não são as rugas, os cabelos brancos, o corpo decair e a beleza se esgotar (não estou a dizer que sou um Brad Pitt, mas também tenho a minha auto estima, né?), por mais sinistro que possa parecer.
Acho que não vou ser daqueles maluquinhos do botox, que fazem de tudo para parecer uns meses mais novos.
Posso ter os meus grandes momentos de futilidade, mas sei bem que a vida é mais que isso.
Também não acho que a vida acabe na 3ª idade, afinal, inventaram-se as vitaminas e o viagra para alguma coisa. Vejo muitos velhotes a fazerem mais coisas que eu e a viverem vidas muito felizes e contentes, nos seus bailaricos de domingo, e férias sénior pela europa fora.

No trabalho, já tenho uma “carteira de clientes”, uns quantos clientes que já vão de propósito à minha caixa, e falam comigo na rua, e gostam de mim.
E uma parte considerável dessas pessoas já passou os 70 anos.
E de vez em quando lá me dizem, pelo meio de sorrisos envergonhados – ou não, que isto há de tudo – como os filhos foram viver as vidas deles, e cuidar da própria família.
Mas não faz mal nenhum!
Vêm de visita no natal, na páscoa ou no verão, e entretanto passa-se a vida como se pode.
E quando se despedem, agradecem como podem a atenção que uma pessoa lhes dispensa enquanto os ajuda a arrumar as compras e lhes pergunta pela saúdinha.

E eu vejo como algumas delas estão sozinhas.

E é esse o meu medo.
O meu medo está – para além da óbvia proximidade da morte – na possibilidade da solidão.
Quando eu falo em solidão, 75% da população salta logo no comboio do romance e pensa que estou a dizer que tenho medo de encarquilhar e nunca encontrar a minha alma gémea, morrer velho e encalhado, mas não é nada disso.

Quando ficamos velhos, o mundo vira-nos as costas.
Podemos não reparar de princípio, mas acaba por assentar a ideia de que já não estamos novos, os amigos vão morrendo – e já não é propriamente visto como uma coisa inesperada – o mundo vai evoluindo muito depressa, passamos a ser “muito velhos para” tudo e mais alguma coisa, e as pessoas passam a encarar-nos como tal.
Olham-se os velhos como se tivessem peçonha, destratam-nos sem ocorrer que mais cedo ou mais tarde vão lá chegar.
Ninguém quer admitir, mas é essa a verdade.

É claro que é só uma face da moeda.
Eu sei que nem toda a terceira idade acaba sozinha e abandonada… mas é dessa possibilidade que tenho medo.

E vocês?
Têm medo de envelhecer?
De algum pormenor em particular, ou de todo o processo?
Acham que a terceira idade é tratada de forma adequada?
Ponderam muitas vezes como será a vossa velhice?
Comentem subscrevam, sigam, façam likes, essas coisas todas e mais algumas, que eu vou aproveitar a minha chuvada.

terça-feira, outubro 16, 2012

[aviso]

Ora bem, como devem ter reparado, de há uns tempos para cá não tenho respondido aos vossos comentários.
Aliás, nestes últimos tempos nem tenho tido cabeça para postar muito. O trabalho rouba mais do que tempo, a disposição.
Sei lá, Às tantas já me sinto com peso na consciência para com vocês, que me têm lido e comentado desde sempre.
Inicialmente ia adiando, deixava para o fim da semana, e respondia a tudo de uma vez, mas eventualmente acumularam-se tantos comentários que só a ideia de tentar responder a mais de 3 meses em atraso, até me dava arrepios.
Passado um bom tempo sem responder, cheguei à conclusão que já tenho saudades de interagir mais e portanto vou voltar a responder aos vossos comentários.
Isto é meramente informativo, só para os leitores e comentadores do blog.
Desculpem lá qualquer coisinha
Mais logo talvez poste alguma coisa, who knows.

domingo, outubro 14, 2012

Perguntas De Fim De Semana LXIII

Quando é que se deve desistir?
E do quê?
Quando é que se dá o "clique", e se entende o que vale ou não a pena?

sexta-feira, outubro 12, 2012

Há uma linha que separa

As pessoas que estão a falar da moda Lisboa das que estão a falar do aumento dos impostos.


Se eu pudesse pegava nessa linha e estrangulava essas pessoas todas duma assentada, para pararem de me moer o juízo com coisas deprimentes, que até me roubam a inspiração para um post decente.

The end.

Querem alguma coisa mais interessante?
Vão aos posts anteriores, cruzes canhoto!

quinta-feira, outubro 11, 2012

Ricardo's Time Machine XVIII

A minha infância foi uma época feliz em que não havia tanta preocupação com a qualidade dos programas, audiências, ou luta pelo prime time, porque , let's face it, o público engolia tudo o que aparecia na TV, sem grande critério.
A minha televisão da sala vomitava luzes cor, música barulho e animação dia e noite.
Algures pelo meio, haviam os programas mais deprimentes, que eu, como boa esponja que era, assistia tão ou mais avidamente.

Entre todos eles - e nem foram assim tão poucos - o que melhor me lembro é do:

Ponto de encontro

Estreado na SIC em 1994/5, foi um grande sucesso em terras Lusas, e passou durante 5 anos (aproximadamente).
O conceito do programa era simples: reunir familiares e amigos afastados pelos mais diversos motivos.
Henrique Mendes - O eterno avô da série Médico de Família (se quiserem pode clicar no link e ler o post, e se gostarem, deixem um like). - fazia as vezes de apresentador e comentador das tristes histórias de vida que passaram em cascata pelos nossos ecrãs.

Digo-vos, este programa ganharia facilmente o globo de ouro na categoria "programa que deixou mais donas de casa com a lagriminha no canto do olho, logo a seguir ao telejornal"
Os "convidados" - à falta de melhor termo - vinham ao palco, passava em pano de fundo um slideshow de fotos geralmente em péssimo estado e alguma música deprimente, enquanto o apresentador contava toda a história que ouvíamos de seguida da boca do próprio convidado. e as histórias eram as mais variadas:
Era a Carla Soraia, cujo pai saiu de casa apenas com uma fotografia da piquena no bolso, o Armândio Fonseca, que perdeu contacto com o seu camarada de guerra, ou a Almerinda que tinha familiares em Angola que nunca chegou a conhecer.

90% das vezes, os casos acabavam com uma cortina a abrir-se, os familiares a encontrarem-se em abraços emocionados, e toda uma pequena plateia a bater palmas.
Havia os 10% restantes, em que o familiar já tinha morrido, ou não tinha sido encontrado, e acabava tudo a chorar na mesma - honestamente, acho que eles recebiam todos por litros de lágrimas choradas.
Independentemente do desfecho de cada caso, os concorrentes levavam sempre como oferta, uma piramide de cristal, com a gravação "ponto de encontro" e mais qualquer coisa que nunca cheguei a saber o que era porque não havia HD TV na altura, mas que reforçava toda a aura parola do dito programa.

Hoje em dia só o conceito de um programa do género é completamente ridículo, com a existência da internet, do facebook, e de milhares de sites criados com o intuito de encontrar pessoas com as quais se perdeu contacto... mas hey, eram os 90's! Acredito sinceramente que este programa deve ter feito a diferença na vida de muita gente... mesmo que tenha sido tudo regado a lágrimas, baba e ranho, música de piano e reencontros emocionados num palco com aproximadamente 2 metros quadrados.


Digam-me:
Viam este programa? (Ponho a mão no fogo a apostar que sim)
Ainda se lembram de alguma cena em particular?
Conhecem alguém que tenha ido ao programa? (that would be fun)
Que outras coisas adoravelmente deprimentes da vossa infância gostariam de ver aqui na time machine?
Já sabem, leiam, comentem, sigam, subscrevam, e se gostarem do post, façam um like.
Ah, e já agora, não se esqueçam de votar no inquérito ao lado, está quase a terminar!

quarta-feira, outubro 10, 2012

Ainda mais momentos socialmente constrangedores

Sabem aquele momento?
Aquele momento em que pensam "isto está mesmo a acontecer?"

Chamo a isso momento socialmente constrangedor, aquele momento digno de uma qualquer comédia rasca, em que não se sabe como reagir.
Sabem, aquele momento...:
  • ...Em que alguém está a falar contigo, começa a tocar o telefone... - ... mas a pessoa continua a falar e ignora o telefone que toca meia hora seguida. Serei só eu a querer bradar aos céus "ATENDE A MERDA DO TELEMÓVEL! I CAN'T FOCUS!" ?
  • ...Em que apanhas uma pessoa a mentir... - ... mas não podes dizer nada, ou porque é segredo, ou tens rabo preso, whatever. Eu geralmente engasgo completamente nessas ocasiões.
  • ... Em que compras uma prenda super cara a alguém... - e recebes em troca alguma coisa saída diretamente da loja dos chineses, ou da loja de conveniência da bomba de gasolina. Está a chegar o natal... trust me, vai acontecer. 
  • ... Em que estreias uma peça de roupa ... - vais sair e esbarras com pelo menos 5 pessoas exatamente com a mesma coisa vestida. tecnicamente essa não é a parte constrangedora. a parte constrangedora é que em vez de ignorar, as pessoas ficam todas a olhar fixamente pra nós.
  • ...Em que levas com um "Ainda não viste esse filme?"... - ... Como se tivesses atropelado a tua avó e largado o corpo na berma da autoestrada. Oh maniazinha irritante. 
  • ...Em que estás a falar mal de alguém.... - ... e essa pessoa surge atrás de ti, vinda do escafundó dos infernos, e depois há aquele momento de silêncio em que ninguém diz nada.
  • ...Em que te estão a cantar os parabéns... - ... Não há quem não se sinta ligeiramente desconfortável quando lhe cantam os parabéns. uma pessoa nunca sabe se há de se calar, de bater palmas, de cantar em conjunto ou se fica simplesmente a olhar e a contar os minutos para aquilo acabar e soprar as velas.
  • ...Em que te apercebes que a pessoa a quem te andas a atirar ... - ... é comprometida(o). pelo menos para mim isso é um grande turn off.
  •  ...Em que perdes peso ... - ... e te perguntam se estás mais gordo/a. isto não me pode acontecer só a mim, pois não?
  • ...Em que alguém acena na rua... - ... mas não é para ti, e só te apercebes quando já fizeste adeus de volta. há sempre a técnica de "estava-me simplesmente a espreguiçar"
  • ...Em que te apercebes que as pessoas na rua não olham para ti porque estás bonito/a... - ... mas sim porque tens a braguilha aberta. 
E podia ficar aqui a noite toda a falar de momentos mágicos que me fazem sentir especial... mas deixo que vocês me digam, que outros momentos socialmente constrangedores vos aconteceram recentemente?

Algum dos acima?
Até amanhã alcachofras!

domingo, outubro 07, 2012

Perguntas De Fim De Semana LXII

Que coisas é que vos tiram do sério na blogosfera?
E na internet no geral?
Porque é que acham que as pessoas mentem mais no reino encantado da internet?
Vá, agora vou rebolar pros lençóis e vegetar até amanhã, provavelmente.

quinta-feira, outubro 04, 2012

Ricardo's Time Machine XVII

Quando eu era pequenito a minha mãe começou a trabalhar numa papelaria perto de casa, e ficou por lá uns bons anos.
Eventualmente tornei-me a mascote da loja, e a patroa lá me oferecia algumas saquetas de cromos – que eu durante quase 12 anos de vida não conseguia colar diretos nos espaços respetivos da caderneta – ora me oferecia uma ou outra revista.
Ora parecendo que não, para uma criança nos 90’s - tendo em conta a quantidade de 7 cromos, cartas, revistas e coleções por fascículos que passaram pelas bancas - aquilo era o paraíso.
Pelo meio das dezenas de coleções que comecei a fazer e não acabei – levante a mão quem não fez isso – houve uma que ocupou um lugarzinho especial na minha caixinha de memórias… e numa gaveta do meu quarto.

Artista Júnior

Foi uma série de revistas que teve 52 fascículos, que introduzia os mais novos no mundo das artes, com a ajuda da cobra Cedric e da rata Marília (isto soou mal, mas é verdade). Ensinava a desenhar, técnicas de pintura, trabalhos manuais, e, para além de abordagem aos diversos estilos de pintura, em cada edição havia uma pequena biografia de algum artista plástico famoso, começando pelos mais conhecidos como o Da Vinci ou Michelangelo, e indo a uns que eu – enquanto estudante de ciências – nunca mais cheguei a ouvir falar sem ser ali, como … sei lá, Filippo Lippi, ou Piero della francesca (viva a cultura geral though).
De oferta com cada revista, vinha um artigo da giotto, desde aguarelas a guaches, passando por lápis de cera e canetas de sopro .

Dessas coisas todas ainda tenho alguns sobreviventes algures numa caixa de material de desenho. (estou com a sensação que começam a pensar que eu sou algum hoarder.)
Passei horas infindas a aprender a desenhar, fazer sombreados e conjugar cores.
E embora a internet cá em casa não existisse, não me fez falta nenhuma, era darem-me uma revistinha destas para as mãos e eu entrava lá no meu mundo em menos de 5 segundos.
De todos os 52 fascículos comprei 50, porque 2 deles esgotaram.
Corri tudo em busca deles, e ainda esperei que voltassem a editar a coleção, mas bem, já se passaram 12 anos desde que foi publicada, acho que é seguro concluir que já não o vão fazer.

Muitas das minhas férias de verão foram passadas de volta destas revistas.
Cada uma das revistas trazia uma ilusão óptica na última página – ou melhor, na contracapa – e lá ficávamos eu a minha prima e a minha avó sentados no chão da sala,
horas e horas a tentar adivinhar o que aparecia em cada imagem.
Olhem, até vos deixo aqui um exemplar (tive que digitalizar, que não encontrei uma única imagem disto na internet).
Vamos ver se conseguem descobrir a imagem escondida.

Cliquem para aumentar

E vocês?
Chegaram a ver esta coleção?
e a fazê-la?
Que outras coleções fizeram na vossa infância?
Conseguem ver alguma coisa aqui na última imagem?
O que querem ver falado na próxima time machine?
Vá, deixem aqui os vossos comentários, sugestões e já agora, o palpite da ilusão óptica! (E não se esqueçam do like se gostarem!)

Estava eu a ouvir a música nova da Aurea...

E não consegui evitar ficar com uma certa sensação de familiaridade passados 20 segundos.
Acabei por chegar à conclusão que o instrumental desta música:

Só me lembra esta música:

Mas isto se calhar sou eu, que sou um grande má língua.

O que acham vocês queridas alcachofras?
E já que falamos em Aurea, o que acham dos artistas que como ela fazem grande furor no início na carreira, mas que eventualmente acabam por ser esquecidos? (claro, não estou a agoirar a Aurea, não me processe, sim?)
E agora vou mas é dormir, que amanhã tenho uma maravilhosa folga a gozar, bem mereço.

quarta-feira, outubro 03, 2012

Ninguém quer ser gordo*

Não é uma afirmação simpática, ou bonita, mas é a mais transparente das verdades.
Ao contrário da magreza, ou dos músculos, que nem toda a gente quer alcançar (pasmem-se, nem toda a gente quer ser magra, tonificada ou musculada) não conheci, até à presente data, uma única pessoa que de sã consciência me tenha dito “eu cá quero é ficar gordo(a)”.

Não acho que tenha tanto a ver com os benditos padrões de beleza, como se quer fazer parecer pelos feios deste mundo.
Porque ser gordo não quer dizer ser feio.
Não, o grande problema de ser gordo é, acima de tudo, não ser prático.
Afinal, vivemos num mundo formatado para pessoas médias, e ter um corpo que não caiba num carro, num avião ou num par de calças é uma coisa que obviamente ninguém quer.

Não estou a dizer que os gordos são aberrações da natureza, que os odeio ou que tenho qualquer tipo de repulsa por eles .
Não estou a dizer que por ser magro sou melhor que qualquer gordo, Isto não é uma das teorias MargaridóRebeloPintónicas, de que as gordas têm sorte porque podem dar peidos e mijar em pé sem se preocuparem, e que a boazona magra é que sofre.
Não estou a dizer que os gordos não são gente, e por serem gordos são cidadãos de segunda.
Estou a dizer que Ninguém quer ser gordo.

E ninguém quer ser gordo porque um gordo é "cheiinho", "rechonchudo", "forte" - aparentemente ganhar 20 quilos concede a um indivíduo mais força - ,you name it, tudo menos a palavra começada por “g”, que continua conotada como um grande insulto (embora sempre se refiram a magros como magros.)
Porque em pleno século XXI, o gordo é tabu.
Um tabu que se trata de 3 formas diferentes.
Ou se ridiculariza - idiota do gordo - , Ou se beatifica - coitadinho do gordo -, Ou se ignora - gordo? não, forte.

E há toda uma cambada de cínicos pelo mundo fora a tentar disfarçar este facto.
Cínicos que do alto da sua magreza tomam as dores dos gordos, como se percebessem alguma coisa do que eles passam – É a mesma coisa que eu agora debitar sobre os sofrimentos das grávidas, get the point?
Cínicos que dentro das suas skinny jeans debitam sobre como “a beleza existem em todos os tamanhos”, para cinco minutos depois debitarem no facebook sobre o pneu da celebridade de eleição.
Cínicos que chamam a esta sociedade preconceituosa e superficial mas que nunca se sentiriam atraídas por uma pessoa que vestisse mais que o XL.

E com isto tudo não estou a pedir aos gordos deste país para se inscreverem no ginásio ou se cobrirem com uma burka, se jogarem da ponte ou desenvolverem um distúrbio alimentar.
Não estou a dizer também aos magros deste país que se sintam bem só porque são magros.
Só peço aos cínicos que se parem com as doses maciças de politicamente correto e aceitem o facto de que ninguém quer ser gordo.


*Claro, que ser gordo é uma coisa muito subjectiva, interpretem como quiserem alcachofras.

segunda-feira, outubro 01, 2012

Resumindo o meu dia:
Se não conhecem esta série, deviam dar um olhinho, really funny.
Summer Heights High
Related Posts Plugin for WordPress, Blogger...