Quando digo às pessoas que tenho medo de envelhecer, sei que ninguém me leva a sério.
Pensam que estou a falar da boca para fora, que é só mais uma piada – afinal, eu estou sempre a brincar – , riem-se e descartam-me, e a conversa fica por aí.
Mas mesmo que as conversas morram, o tempo continua a passar, e o meu medo não desaparece.
Não é nenhuma fobia que me consuma 24 horas por dia, nem nada que se pareça, mas eventualmente dou por mim a pensar nisso.
Qualquer dia vou de facto ser velho.
Isto pode parecer ridículo, afinal, vamos todos envelhecer, e eventualmente morrer, ciclo da vida, bla bla bla.
O que me assusta, não são as rugas, os cabelos brancos, o corpo decair e a beleza se esgotar (não estou a dizer que sou um Brad Pitt, mas também tenho a minha auto estima, né?), por mais sinistro que possa parecer.
Acho que não vou ser daqueles maluquinhos do botox, que fazem de tudo para parecer uns meses mais novos.
Posso ter os meus grandes momentos de futilidade, mas sei bem que a vida é mais que isso.
Também não acho que a vida acabe na 3ª idade, afinal, inventaram-se as vitaminas e o viagra para alguma coisa. Vejo muitos velhotes a fazerem mais coisas que eu e a viverem vidas muito felizes e contentes, nos seus bailaricos de domingo, e férias sénior pela europa fora.
No trabalho, já tenho uma “carteira de clientes”, uns quantos clientes que já vão de propósito à minha caixa, e falam comigo na rua, e gostam de mim.
E uma parte considerável dessas pessoas já passou os 70 anos.
E de vez em quando lá me dizem, pelo meio de sorrisos envergonhados – ou não, que isto há de tudo – como os filhos foram viver as vidas deles, e cuidar da própria família.
Mas não faz mal nenhum!
Vêm de visita no natal, na páscoa ou no verão, e entretanto passa-se a vida como se pode.
E quando se despedem, agradecem como podem a atenção que uma pessoa lhes dispensa enquanto os ajuda a arrumar as compras e lhes pergunta pela saúdinha.
E eu vejo como algumas delas estão sozinhas.
E é esse o meu medo.
O meu medo está – para além da óbvia proximidade da morte – na possibilidade da solidão.
Quando eu falo em solidão, 75% da população salta logo no comboio do romance e pensa que estou a dizer que tenho medo de encarquilhar e nunca encontrar a minha alma gémea, morrer velho e encalhado, mas não é nada disso.
Quando ficamos velhos, o mundo vira-nos as costas.
Podemos não reparar de princípio, mas acaba por assentar a ideia de que já não estamos novos, os amigos vão morrendo – e já não é propriamente visto como uma coisa inesperada – o mundo vai evoluindo muito depressa, passamos a ser “muito velhos para” tudo e mais alguma coisa, e as pessoas passam a encarar-nos como tal.
Olham-se os velhos como se tivessem peçonha, destratam-nos sem ocorrer que mais cedo ou mais tarde vão lá chegar.
Ninguém quer admitir, mas é essa a verdade.
É claro que é só uma face da moeda.
Eu sei que nem toda a terceira idade acaba sozinha e abandonada… mas é dessa possibilidade que tenho medo.
E vocês?
Têm medo de envelhecer?
De algum pormenor em particular, ou de todo o processo?
Acham que a terceira idade é tratada de forma adequada?
Ponderam muitas vezes como será a vossa velhice?
Comentem subscrevam, sigam, façam likes, essas coisas todas e mais algumas, que eu vou aproveitar a minha chuvada.
Quando digo às pessoas que tenho medo de envelhecer, sei que ninguém me leva a sério.
Pensam que estou a falar da boca para fora, que é só mais uma piada – afinal, eu estou sempre a brincar – , riem-se e descartam-me, e a conversa fica por aí.
Mas mesmo que as conversas morram, o tempo continua a passar, e o meu medo não desaparece.
Não é nenhuma fobia que me consuma 24 horas por dia, nem nada que se pareça, mas eventualmente dou por mim a pensar nisso.
Qualquer dia vou de facto ser velho.
Isto pode parecer ridículo, afinal, vamos todos envelhecer, e eventualmente morrer, ciclo da vida, bla bla bla.
O que me assusta, não são as rugas, os cabelos brancos, o corpo decair e a beleza se esgotar (não estou a dizer que sou um Brad Pitt, mas também tenho a minha auto estima, né?), por mais sinistro que possa parecer.
Acho que não vou ser daqueles maluquinhos do botox, que fazem de tudo para parecer uns meses mais novos.
Posso ter os meus grandes momentos de futilidade, mas sei bem que a vida é mais que isso.
Também não acho que a vida acabe na 3ª idade, afinal, inventaram-se as vitaminas e o viagra para alguma coisa. Vejo muitos velhotes a fazerem mais coisas que eu e a viverem vidas muito felizes e contentes, nos seus bailaricos de domingo, e férias sénior pela europa fora.
No trabalho, já tenho uma “carteira de clientes”, uns quantos clientes que já vão de propósito à minha caixa, e falam comigo na rua, e gostam de mim.
E uma parte considerável dessas pessoas já passou os 70 anos.
E de vez em quando lá me dizem, pelo meio de sorrisos envergonhados – ou não, que isto há de tudo – como os filhos foram viver as vidas deles, e cuidar da própria família.
Mas não faz mal nenhum!
Vêm de visita no natal, na páscoa ou no verão, e entretanto passa-se a vida como se pode.
E quando se despedem, agradecem como podem a atenção que uma pessoa lhes dispensa enquanto os ajuda a arrumar as compras e lhes pergunta pela saúdinha.
E eu vejo como algumas delas estão sozinhas.
E é esse o meu medo.
O meu medo está – para além da óbvia proximidade da morte – na possibilidade da solidão.
Quando eu falo em solidão, 75% da população salta logo no comboio do romance e pensa que estou a dizer que tenho medo de encarquilhar e nunca encontrar a minha alma gémea, morrer velho e encalhado, mas não é nada disso.
Quando ficamos velhos, o mundo vira-nos as costas.
Podemos não reparar de princípio, mas acaba por assentar a ideia de que já não estamos novos, os amigos vão morrendo – e já não é propriamente visto como uma coisa inesperada – o mundo vai evoluindo muito depressa, passamos a ser “muito velhos para” tudo e mais alguma coisa, e as pessoas passam a encarar-nos como tal.
Olham-se os velhos como se tivessem peçonha, destratam-nos sem ocorrer que mais cedo ou mais tarde vão lá chegar.
Ninguém quer admitir, mas é essa a verdade.
É claro que é só uma face da moeda.
Eu sei que nem toda a terceira idade acaba sozinha e abandonada… mas é dessa possibilidade que tenho medo.
E vocês?
Têm medo de envelhecer?
De algum pormenor em particular, ou de todo o processo?
Acham que a terceira idade é tratada de forma adequada?
Ponderam muitas vezes como será a vossa velhice?
Comentem subscrevam, sigam, façam likes, essas coisas todas e mais algumas, que eu vou aproveitar a minha chuvada.
Lembro-me de ter escrito no meu blog, há uns tempos, sobre o meu maior medo, e era precisamente a solidão. Acho que, no fundo, não é envelhecer que me assusta, é a possibilidade de solidão, que está sempre presente.
E não, não acho que as pessoas de terceira idade sejam tratadas de forma adequada. Por exemplo, muitas vezes vou em pé no metro, quando só há meia dúzia de lugares livres, porque sei que eventualmente algum idoso precisa de se sentar mais do que eu, e quando se esgotam esses lugares, fico a observar quantas pessoas têm a decência de ceder o lugar a alguém mais velho.
...quase nenhuma. Acho que é por estas pequenas coisas que se começa a ver como uma sociedade funciona. ;)
Tenho muito medo de envelhecer e quanto mais velha fico, maior esse medo fica e mais difícil fica lidar com os anos que passam.
Sim, eu estou uns anos a sua frente e posso te dizer que quanto mais jovens somos mais possibilidades de conhecer gente temos. E quanto mais velhos vamos ficando mais isolados também, isso no geral, claro que existem exceções.
Acho que nunca vou curtir o envelhecimento, não lido bem com ele e com toda essa carga social negativa que recai em cima da pessoa mais velha.
Lembro-me de ter escrito no meu blog, há uns tempos, sobre o meu maior medo, e era precisamente a solidão. Acho que, no fundo, não é envelhecer que me assusta, é a possibilidade de solidão, que está sempre presente.
ResponderExcluirE não, não acho que as pessoas de terceira idade sejam tratadas de forma adequada. Por exemplo, muitas vezes vou em pé no metro, quando só há meia dúzia de lugares livres, porque sei que eventualmente algum idoso precisa de se sentar mais do que eu, e quando se esgotam esses lugares, fico a observar quantas pessoas têm a decência de ceder o lugar a alguém mais velho.
...quase nenhuma. Acho que é por estas pequenas coisas que se começa a ver como uma sociedade funciona. ;)
Os meus parabéns por este post!
ResponderExcluirTocaste num assunto sério.
Gostei do que li *
Tenho muito medo de envelhecer e quanto mais velha fico, maior esse medo fica e mais difícil fica lidar com os anos que passam.
ResponderExcluirSim, eu estou uns anos a sua frente e posso te dizer que quanto mais jovens somos mais possibilidades de conhecer gente temos. E quanto mais velhos vamos ficando mais isolados também, isso no geral, claro que existem exceções.
Acho que nunca vou curtir o envelhecimento, não lido bem com ele e com toda essa carga social negativa que recai em cima da pessoa mais velha.
Beijocas