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Ainda aqui há umas semanas, uns ingleses, beberam uns iogurtes, deitaram os pacotes no chão do supermercado, e não os pagaram.
Quando foram alertados pelo segurança, e obrigados a pagar, fizeram um escândalo de todo o tamanho - a bifa ia batendo numa brasileira que estava na fila - , olharam para mim, cobertos de indignação e disseram “Nunca mais cá metemos os pés”.
E eu não sei, se calhar estavam à espera que eu rasgasse a camisa, e gritasse “NÃO, NÃO SE VÃO EMBORA, O NEGÓCIO VAI Á FALÊNCIA” enquanto chorava baba e ranho,ajoelhado a seus pés, em pleno supermercado, em vez de lhes responder “Okay, too bad, it’s 3,51€”.
Se calhar esperavam que eu seguisse a bela lógica de “o cliente tem sempre razão”.
Desde que me entendo por gente, ouço aqui e ali esta expressão, já bem antes de ter começado a trabalhar.
É uma espécie de sabedoria popular, passada de boca em boca e geração em geração, uma tradição bem enraizada.
Porque somos ensinados desde cedo a dar sempre razão ao cliente, porque... bem, porque sim.
Não sei que lógica é esta que faz com que o cliente deva ser automaticamente tratado como superior hierárquico, não, melhor, como um querido um membro da família a quem devemos lamber as botas e beijar o rabiosque, mesmo que esteja a ser um otário mal educado que não sabe ler etiquetas de preços.
Não percebo porque é que temos que ficar ali caladinhos, quais quengas assustadas com medo de não receber, e de língua travada sem largar um pio quando o adorado cliente nos tenta enxovalhar só porque teve que pagar o selo do carro com multa ou porque lhe veio o período, e lhe apetece descarregar.
E no fim, ainda temos que largar um belo sorriso, e agradecer do fundo do coração sermos mal tratados, porque afinal eles são clientes, e os clientes têm sempre razão.
Claro, acho muito bem que se trate os clientes bem. Quer dizer, ser moderadamente simpático, e fingir algum interesse ( ninguém acredita mesmo que estamos todos interessados na vida da Dona Deolinda que tem artrite e compra alcachofras, pois não?)… são ossos do ofício, mas ficam-se por aí.
Quer tratamento especial?
Vá ao terapeuta.
Eu, como todos vocês, sou cliente e nessa condição digo:
Os clientes Às vezes são umas antas do caralho, e se têm alguma razão, enfiaram-na algures onde não brilha o sol.
Fiem-se muito nessa condição superior de cliente quando vêm á minha caixa que nem sabem como elas vos batem. Antas.
E vocês? acham que o cliente tem sempre razão? Vêm lógica nesta prática? Quem já trabalho com atendimento ao publico, qual foi o pior cliente que já vos apareceu? Vá, toca a comentar ler e subscrever. (estou há mais de uma semana sem folgar e ainda faltam 3 dias, por isso não se admirem deste blog andar completamente a meio gás alcachofras.)
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Ainda aqui há umas semanas, uns ingleses, beberam uns iogurtes, deitaram os pacotes no chão do supermercado, e não os pagaram.
Quando foram alertados pelo segurança, e obrigados a pagar, fizeram um escândalo de todo o tamanho -
a bifa ia batendo numa brasileira que estava na fila - , olharam para mim, cobertos de indignação e disseram
“Nunca mais cá metemos os pés”.
E eu não sei, se calhar estavam à espera que eu rasgasse a camisa, e gritasse
“NÃO, NÃO SE VÃO EMBORA, O NEGÓCIO VAI Á FALÊNCIA” enquanto chorava baba e ranho,ajoelhado a seus pés, em pleno supermercado, em vez de lhes responder
“Okay, too bad, it’s 3,51€”.
Se calhar esperavam que eu seguisse a bela lógica de “o cliente tem sempre razão”.
Desde que me entendo por gente, ouço aqui e ali esta expressão, já bem antes de ter começado a trabalhar.
É uma espécie de sabedoria popular, passada de boca em boca e geração em geração, uma tradição bem enraizada.
Porque somos ensinados desde cedo a dar sempre razão ao cliente, porque... bem, porque sim.
Não sei que lógica é esta que faz com que o cliente deva ser automaticamente tratado como superior hierárquico, não,
melhor, como um querido um membro da família a quem devemos lamber as botas e beijar o rabiosque, mesmo que esteja a ser um otário mal educado que não sabe ler etiquetas de preços.
Não percebo porque é que temos que ficar ali caladinhos, quais quengas assustadas com medo de não receber, e de língua travada sem largar um pio quando o adorado cliente nos tenta enxovalhar só porque teve que pagar o selo do carro com multa ou porque lhe veio o período, e lhe apetece descarregar.
E no fim, ainda temos que largar um belo sorriso, e agradecer do fundo do coração sermos mal tratados, porque afinal eles são clientes, e os clientes têm sempre razão.
Claro, acho muito bem que se trate os clientes bem. Quer dizer, ser moderadamente simpático, e fingir algum interesse (
ninguém acredita mesmo que estamos todos interessados na vida da Dona Deolinda que tem artrite e compra alcachofras, pois não?)… são ossos do ofício, mas ficam-se por aí.
Quer tratamento especial?
Vá ao terapeuta.
Eu, como todos vocês, sou cliente e nessa condição digo:
Os clientes Às vezes são umas antas do caralho, e se têm alguma razão, enfiaram-na algures onde não brilha o sol.
Fiem-se muito nessa condição superior de cliente quando vêm á minha caixa que nem sabem como elas vos batem. Antas.
E vocês?
acham que o cliente tem sempre razão?
Vêm lógica nesta prática?
Quem já trabalho com atendimento ao publico, qual foi o pior cliente que já vos apareceu?
Vá, toca a comentar ler e subscrever. (estou há mais de uma semana sem folgar e ainda faltam 3 dias, por isso não se admirem deste blog andar completamente a meio gás alcachofras.)
Não, o cliente não tem sempre razão. Alguns apoderam-se dessa velha máxima para fazerem o que querem e por vezes nem percebem que ridiculos são eles. Devemos respeitar, não ofender (por muita vontade que tenhamos) e desprezar. É meio caminho andado para não voltarem a fazer o mesmo porque no fundo só querem atenção. Já trabalhei num balcão e sentia muito isso que descreveste.
ResponderExcluirO problema são os exageros. Sempre os exageros! Porque o cliente não tem sempre razão, mas se até for uma pessoa razoável, acaba por perceber isso e retira-se. Mas também há por aí muitos patrões e empregados a tratar os clientes como se não precisassem deles para nada, quando as coisas não são assim tão lineares.
ResponderExcluirConcordo contigo no ponto de que o cliente deve ter educação mesmo ao reclamar de um serviço, nada de descarregar em um pobre coitado que tá lá a fazer o seu trabalho. No entanto das coisas que mais me chocou quando fui viver em Portugal foi o descaso para com os clientes. Teve momentos em que o empregado chegou mesmo a ser mal educado porque queríamos almoçar na esplanada e ele não queria ter o trabalho de por a mesa. Vejo justamente o contrário, há muitos empresários que acham que fazem um favor ao cliente em atendê-lo, quando se não fossem os clientes estariam falidos. Agora, este episódio é lamentável...
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