sexta-feira, junho 17, 2011

Aquela vez em que o Ricardo foi amiguinho colorido


Aqui há uns anos, num verão típico, conheci uma rapariga. Chamemos-lhe W.
Foi uma história curiosa que começou porque o amigo dum vizinho meu conhecia uma amiga da W e quis fazer-lhe um arranjinho (que nunca chegou a acontecer) e lá foi a W dar a um café e eu fui com o meu vizinho conhecê-la, mas pronto acabei eu por meter mais conversa que ele. A W era gira e simpática e aquelas coisas todas, sabem como são as químicas de verão, andam todas alteradas. Conhecemo-nos e demo-nos super bem, ficámos amigos e andámos o verão inteiro alapados na praia e na piscina. 
A dada altura comecei a ficar interessado na W. uma simples paixoneta de verão como todos temos aos montes. E comecei os flirts, e a corte, e o passar o creme, e o carregar o pára-sol e aquelas coisas todas que já estão subentendidas no joguinho de conquista. E ela reciprocava, e pronto assim se construiu todo um ambiente de cumplicidade muito própria nos adolescentes, que dá a sensação de ir ser mais sério.

E depois descambou tudo.

Lembro-me de estar nervoso porque não sou grande coisa com declarações amorosas… mas antes que houvesse grandes hipóteses para pensar nisso, a W disse-me que gostava do K. Não vou dizer que andei a chorar pelos cantos e que fiquei devastado, fiquei um bocadinho triste, mas é daquelas coisas que passam com duas idas à praia. 
Continuámos amigos apesar disso, sempre fui bom a separar as coisas.
De vez em quando via a W depois disso... E a W continuava completamente apaixonada pelo K, que morava longe, mas que tinha estado aqui no verão e tinham trocado juras de amor, e comigo tudo bem. 

O que eu achava estranho era que a W continuava a flirtar comigo como se não fosse nada com ela. Continuava a sentar-se ao meu colo e a encostar a cabeça ao meu ombro, e a ir comigo ao cinema para partilharmos uma bebida e umas pipocas XL. 
E não é por nada, se ao princípio aquilo me parecia bastante bom, a dada altura já não estava a achar piada nenhuma. 

Porque vendo bem as coisas, eu era o namorado da W, mas sem os benefícios. Ficava só pelo dar as mãos e pelas partilhas sentimentais, enquanto o cabrão do K recebia o bem bom. E como não sou de meias medidas, confrontei-a. Não foi uma coisa brusca nem nada, foi um palpar terreno.

E a W deu-me aquele olhar condescendente e disse que eu era “muito especial” mas que ela amava o K, e nhenhenhe. Novamente não fiquei desolado, porque não era propriamente um assunto que me atormentasse muito. Depois da nossa conversa frontal, começámos a ir menos ao cinema e ao café e essas coisas todas (porque sinceramente tinha mais que fazer do que aquecer a omeleta que outro ia papar), mas ainda nos continuámos a falar. Não sou mesmo de guardar ressentimentos, não me servia de nada nem me fazia bem.
O K depois acabou com a W, e a W lembrou-se de irmos passear mais e voltarmos a ir ao cinema, e pronto eu ainda fui uma ou duas vezes, mas depois não insisti mais porque já não estava muito interessado na W, já estava mais virado pra F. continuámos a falar-nos e a W continuava toda dengosa pra cima de mim.
Trocámos um beijo ou dois, e voltámos a ter outra conversa frontal passados uns tempos. 
Agora já estava interessada no… U acho eu. Não me lembro nem do nome nem da cara dele. 
E a partir daí 50% das nossas conversas eram ela a queixar-se que o U se estava a cagar para ela – like I cared? – e continuava naquele clima de flirt. Já não tinha paciência para ser recíproco.

Passados uns tempos envolvi-me com a F, porque estava interessado nela e ela em mim, e prefiro histórias assim a estas merdas destas trocas e baldrocas dignas de uma temporada dos morangos com açúcar. Passados uns tempos de eu namorar a F, a W convida-me a ir a casa dela ver um filme. E começa outra vez com os avanços, e a deitar-se no meu colo e a enrolar-se a mim a ver o filme. 

Porra, um homem não é de ferro, e antes de estragar a história que tinha com a F resolvi falar à W da F, só para frisar limites. Não sei muito bem o que aconteceu, só sei que vimos o resto do filme como duas pessoas normais, cada um no seu lado do sofá, um beijinho na cara à laia de despedida e depois disso a W evaporou-se. Ainda mandou umas quantas sms a meter conversa, mas já não havia aquela intimidade, e a dada altura é como se a W tivesse morrido. Desapareceu completamente do mapa, e tenho ainda o numero dela no meu telefone mas já nem sei se está a uso.
Há uns dias vi-a no super mercado, e recebi um olhar de estar em divida de qualquer coisa enquanto estava abraçada a um outro rapazito qualquer, presumivelmente um outro "amigo muito especial" a quem deve andar a fazer os miolos em água e outras partes mais abaixo em pedra rija.

Ora bem mulheres que lêm isto. Eu não sei ler sinais mistos. Confundem-me.
Sei que é muito bonito ter um amiguinho afagador de egos que está lá quando o mais que tudo está em falta, mas é um bocadinho exaustivo ter que lidar com crises de ciúme infundadas ou com outras merdas que não lembram a ninguém. Ou namoram com o K e o U ou namoram comigo, não sou cá pessoa de partilhas.

[A ouvir: Lost - KT Tunstall]
[Humor: Enérgico]

7 comentários:

  1. lol. A mim aconteceu-me o mesmo. Só que o problema é que ela não andava atrás de ninguém. Dizia só essa treta do ser especial. Eu recuava, e ela continuava a dar em cima. Chega a uma ponto que um gajo já não percebe nada daquilo! Raparigas dessas é melhor nem conhecê-las<!

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  2. Ai que "inBejoso"... quer tudo só para si... ;)

    Também não tenho paciência para esses joguinhos, muito menos para as pessoas que os fazem.

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  3. tens razão, partilhar é bom, mas há limites!

    Mas é verdade que algumas raparigas e rapazes também, nem me lixem a dizer que não, mantém sempre um "debaixo da pata" caso não funcione com a pessoa que querem...

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  4. Identifico-me tanto com este post :s estou a passar exacmente por isto, só que ela não é uma paixoneta de Verão..Ela é minha colega de turma e isto já dura há mais de dois meses..

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  5. Epah vou-te ser muito sincera.. ri-me bastante c esta tua história. Acho que a tua vida dava um livro, completamente! xD

    Mas acho que fizeste bem.. ou a moça se decidia ou entao levava um fora. Andar indecisa é que nao --'

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  6. oh és mt ingénuo manito, a isso chamam-se as raparigas com um Back up plan!
    Passo a explicar, elas inicialmente tem uma paixoneta pelo X.. mas esse ai tem uns s'nãos mas como ela já tem consciência e por isso procuram outra isca para no caso daquele correr mal e tal tem ali o seu Back up plan à espera!(que eras tu neste caso)

    Conheci raparigas assim que eram.. aiii o meu namorado o meu xuxu o meu mais que tudo.. mas ao mesmo tempo tinham um "Melhor AmigO" como elas muito gostam de apelidar ;D , que servia para:
    1º - Queixar-se do namorado.
    2º - Ocupar os tempos mortos.
    3º - Para quando a relação acaba-se lá com o X, poderem fazer o teatro que estão mt tristes e em baixo.. e conseguir logo outro em 3 tempos!(quanto mais n seja pa fazer inveja ao X)

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  7. Andz
    Oh, vai dar quase ao mesmo. a mim o que me fazia impressão era mesmo ela "perseguir-me" se não queria nada.
    enfim, gente doida é outra coisa
    PFIA
    Foi o melhor que eu fiz, afastar-me
    Caracóis
    É, Isso é tudo muito giro quando fazem aos outros. quando lhes acontece já não acham graça xD
    Marciano
    Olha, compreendo o que estás a passar. põe os pontos nos I's ou não vais conseguir livrar-te da situação.
    Sofia
    Oh, não há problema, eu ri-me ao lembrar-me disto tudo. na altura é que não achei piada nenhuma xD.
    O que ela queria nem eu sei muito bem.
    Paula
    LOOOL já sabe como é aqui o je manita xD

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