Diz o ditado que
uma pessoa pode morrer em paz ao “plantar uma árvore ter um filho
e escrever um livro” . Já plantei uma árvore, e até gostava de
escrever um livro, mas quando chega à parte dos filhos, tenho
sentimentos duplos.
Não sou daquelas
pessoas que detestam crianças, as acham imbecis, ou uma versão
subdesenvolvida do produto final ( já ouvi estas palavras ).
Eu gosto de
crianças, e tenho alguma curiosidade de vir a ter uma – ou mais –
minha, mas ao mesmo tempo não é coisa que me seduza de momento.
Claro,
provavelmente é normal, porque ainda sou novo e não sei quê (se
bem que há pessoas mais novas que eu já com batalhões de filhos),
e não tenho medo por causa de mudar as fraldas ou aqueles clichés
do costume. A mim o que me põe de pé atrás passa mais por:
As perguntas
constrangedoras e as revelações traumáticas
Há de chegar,
inevitavelmente o dia em que se leva com um “De onde é que vêm os
bebés?” ou “O que é que é um pevesativo?” (um primo meu
perguntou esta há uns anos, morri a rir.). E por muito aberta que
seja a mente do progenitor, e se seja um pai hippie convencido que os
limites prendem o intelecto à criança, vai sempre haver aquele
momento de “Oh porra, e agora o que é que eu digo”, porque
podemos escolher preservar a inocência deles por uns tempos com a
história das sementinhas e da cegonha, ou podemos explicar tudo e
correr o risco de traumatizar o puto para o resto da vida.
A odisseia dos
“infantis”
Okay, As canções infantis são um mundo à
parte.
Podem entupir-me
com justificações:
“Ah e tal,
desenvolve a coordenação motora!, “Ah e tal, ajuda na
aprendizagem das palavras”, “Ah e tal, ajuda a desenvolver o
intelecto da criança”... BA-LE-LAS.
Ajuda a MOER a
cabeça dos pais, avós, tios e pessoas encarregues de tomar conta da
criança.
Ouvir uma vez ou
outra o avô cantigas é muito engraçado para ver as reacções da
criança... mas a dada altura os putos ficam viciados e nós, as
pessoas crescidas, temos que levar com quinhentos replays da mesma
bendita música enquanto pensamos como era bom atacar o Avô cantigas
com uma faca do talho, e vê-lo a estrebuchar numa poça de urina e
sangue, depois de o regarmos com sumo de limão em cima dos cortes
(acho que ando a ver demasiado american Horror Story)
Se houve algum
leitor ou leitora do blog que tenha uma criança com mais de 9 meses,
provavelmente já corre o risco de ter sido vítima deste fenómeno.
Não é à toa que nas listas de DVDs mais vendidos a nível nacional
constem sempre 2/3 títulos com canções direccionadas aos rebentos.
As birras
Eu enquanto puto fiz duas birras, e dei-me incrivelmente mal. Uma vez
parti um dente e da outra levei uma lambada de todo o tamanho.
Como eu sofri,
snif snif.
Claro que isto
depende muito da criança, mas não conheço ninguém que não tenha
feito pelo menos uma birra enquanto criança, e ao lidar com os meus
primos pequenos todos levo com cada monumental birredo à custa de
qualquer coisa, que vejo que não há saída digna daquilo. Ou se dá
um tabefe à criança, e ela acaba por ficar a chorar baixinho, ou se
pega nela e leva pro carro. Vai sempre ficar metade da população
local a olhar.
“COMPRA-ME ISTOOO”
Correndo
o Risco de soar a velho, na minha altura não havia tanta oferta no
que toca a brinquedos e quinquilharias. Ainda tenho algures numa
mochila aqui no quarto a minha colecção de power rangers, que me
durou uns bons 4 anos de brincadeiras. Agora isso é impensável.
Numa semana são os gormittis, noutra são os beyblades, noutra são
os carros que dão cambalhotas, e uma pessoa está sempre a arcar
comprar merdufas caríssimas que com meia dúzia de utilizações se
estragam com tanta facilidade quanto qualquer coisa made in china.
A competição parental
Digam-me o que disserem, há uma espécie de rivalidade mais ou menos
amigável entre os pais. Nunca apanharam daquelas conversas “Ai tão
fofinhooo! E já fala?” “Não, ainda só tem 10 meses” “Ai a
minha Sofia começou a falar aos nove meses e meio”. Para quem
pensava que criar cavalos de corrida era um ramo competitivo, nunca
deve ter tido uma criança. Tudo serve para fazer comparações. É
um bocadinho tipo “Pfff, o meu é melhor co deles na boa” ou
“Porra, o puto da Dionísia é mesmo esperto. A ver se ponho o meu
na explicação”. Mesmo que não seja frontal, os pais comparam
tudo. TUDO.
E vocês?
Se têm filhos, qual destas coisas é a pior quando passando da teoria para a prática?
E se não têm, já pensaram muito no assunto?
O que é que têm menos vontade de experimentar enquanto pais (destas coisas assim mais ou menos ligeiras)
Vá gente! toca a ler, subscrever e comentar!
[A ouvir: Cave - Muse]
[Humor: Determinado]
0 Blahs:
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