Eu não sou um gajo demasiado vaidoso, só para vos situar.
Gosto de me aperaltar e de me pôr bonito – dentro dos possíveis – quando vou sair, ou em ocasiões especiais, mas não passa muito daí.
Não tenho paciência para perder meia hora de volta do cabelo – como já vi fazer –, e para mim “cuidado básico com a pele” passa em lavar a cara quando me lembro.
Há dias em que ou porque sei que vou fazer alguma coisa que vai invariavelmente acabar comigo todo cagado e a roupa arruinada, ou simplesmente porque me aborrece ir tirar a “roupa boa” do armário quando tenho as belas calças de fato treino da feira e o camisolão largo.
Escusado será dizer que há dias em que saio de casa a parecer um autêntico trolha, e honestamente, não é coisa com que me rale muito.
Ora bem, um dia tive que ir ao banco, e como estava praí virado, tirei uma muda de roupa mais bonita, dei um jeito ao cabelo e pus uns sapatos que não parecessem os com que Napoleão foi enterrado.
Cheguei lá, e a mesma senhora que das 2/3 vezes por mês que calho a ir a esse banco – onde só vou quando estou com mais pressa – nem me dirige a palavra, levantou-se e veio toda prestável dar me conversa e ensinar me a fazer depósitos com a máquina porque “o senhor não quer ficar á espera na fila, pois não?”, toda sorrisos.
E passado o choque inicial é que me apercebi que só fui melhor tratado porque não parecia que ia vender material contrafeito numa barraca.
E desde esse dia que fiquei com a clara sensação de que sou melhor atendido nos sítios quando vou melhor vestido. Talvez seja paranóia, ou apenas coincidência, mas não consegui deixar de ponderar sobre o assunto.
Então resolvi colocar-vos a pergunta este fim de semana, sobre qual o valor de importância que atribuem à aparência duma pessoa no seu dia a dia, e de um a dez, a média de comentários que recebi aqui, e por msn ficou-se nos 5, embora eu pessoalmente fosse mais para o 6,5.
Novamente, acho que fiz mal a pergunta, mas quando faço perguntas relacionadas com coisas que ainda não escrevi, tenho tendência a ser muito vago.
O que eu vos queria perguntar e não sabia bem muito como, era se a aparência facilita a vida de uma pessoa. E estou convicto que sim, e esta notícia ainda veio dar um bocadinho de ajuda ás minhas convicções.
E agora podia começar aqui com a conversa da ética e de que é errado toda essa distinção e blah blah blah, mas prefiro antes deixar as perguntas no ar:
São muito vaidosos?
Já alguma vez foram tratados de forma diferente em qualquer sítio consoante o que usavam?
Nunca vos aconteceu tratarem melhor uma pessoa porque é mais bonita que as outras? E o contrário?
Acham que a aparência facilita/dificulta a vida às pessoas? Em que casos?
Vá, toca a comentar, ler e subscrever.
Vou responder hoje ou amanhã aos comentários de sábado, desculpem lá qualquer coisinha.
Gostei muito do texto e é um tema que me toca muito:
ResponderExcluirSão muito vaidosos?
Sou muito. Diria mesmo que sou obcecado com a minha imagem. Uso base e corretor, e portanto uso dois cremes para atenuar os efeitos desses produtos na pele. Passo bastante tempo ao espelho antes de sair, não sou de experimentar muita roupa, pois já a tenho previamente pensada. Enfim, isto não é algo que conte muitas vezes.
Já alguma vez foram tratados de forma diferente em qualquer sítio consoante o que usavam?
Já, basta pertencer-se a uma turma de moda para percebermos a importância esmagadora que a imagem tem na integração.
Nunca vos aconteceu tratarem melhor uma pessoa porque é mais bonita que as outras? E o contrário?
Claro que sim, se vir alguém de fato penso que é um bancário, um arquiteto, advogado, etc. Se vir um maltrapilha penso que é um estudante. Geralmente, não difere muito da realidade, mas, sim, o tratamento que dou é automaticamente diferente.
Acham que a aparência facilita/dificulta a vida às pessoas? Em que casos?
Ambas as situações, dependendo dos casos.
A aparência conta e muito, infelizmente! Sempre ouvi dizer que conforme no vêem assim nos tratam, nunca acreditei muito nisso... Mas ultimamente começo a notar muito isso!
ResponderExcluirPrincipalmente com pessoas de suposto grande estatuto social. Essas se não estiverem perante uma pessoa toda aperaltadinha, ignoram completamente qualquer coisa que se lhes diga.
É triste, mas infelizmente é assim!
Já me aconteceu um motorista de autocarro, daqueles que fazem circuito interno na cidade, dizer que se eu tivesse avisado que ia demorar pouco, ele esperava e eu não precisava de ter pago dois bilhetes. (fui aos correios e voltei e por acaso o autocarro ainda lá estava). Nesse dia, extraordinariamente, estava de minisaia e acredito que foi isso que levou a tanta simpatia. Se estivesse de calças, como estou habitualmente, ele não tinha era dito nada!
ResponderExcluirComo diria o Barney (How I met your mother):
ResponderExcluir"Suit up!"
A aparência, o modo como nos vestimos e arranjamos é uma forma de comunicar e conta muito. Mesmo que não queiramos ser preconceituosos é inevitável olhar a isso.
Um homem com barba de 15 dias, mal vestido deve ser trolha. Já se tiver mais ou menos arranjado é capaz de ter dinheiro...
Uma mulher que se veste sempre de fato de treino é mal falada pelas outras ou tá deprimida...
E outros exemplos...
Sem dúvida que a aparência conta e muito na hora de ser atendido. Trabalho com o público e sei disso.
ResponderExcluirBeijocas
sim, sou bastante vaidosa, gosto de me sentir sempre bem. Agora o que gostei mesmo foi "lavar a cara quando me lembro" Muito bom...
ResponderExcluirA aparência conta e todos nós, mais ou menos, lhe damos importância. Seja a nossa, seja a dos outros, e seja em que sentido for. Porque se, muitas vezes, é uma realidade que as pessoas bem arranjadas são melhor tratadas, é também verdade que, por vezes, quem está demasiado arranjado, ou é demasiado bonito, ou qualquer coisa do género acaba por ser pior tratado ou sofrer alguma espécie de preconceito. Isto acontece e já li artigos científicos que o demonstram. Por isso, a única coisa que eu acho é que as pessoas devem ser elas próprias, vestirem aquilo que querem para se sentirem da melhor forma (apesar de achar necessário aquela coisa tão espectacular que é o bom gosto) :)
ResponderExcluirStreetlights.pt
ResponderExcluirBoas respostas :P
Já tentei umas quantas vezes planear a roupa no dia anterior, mas sempre que o fazia, o tempo mudava e tinha de mudar de roupa antes de sair xD.
Lima-Limão
Sim, às vezes há pessoas que mesmo de forma não profissional diferenciam consoante a roupagem, o que é um bocadinho estranho.
Afal
Olha, começa a andar mais de mini saia. agora com os transportes publicos a aumentar de preço, esses descontos dão jeito xD.
D.
Curiosamente pensei no Barney a meio deste post xD.
Pois, é basicamente isso.
Dama de Cinzas
Acho que no que toca a lida profissional até é mais desculpável, e mais flagrante.
:P
Vera, a Loira
Mas é verdade pah xD.
Nem sempre me lembro de manhã.
shame on me.
B.L.
Ai gosto particularmente das pessoas com muito mau gosto que pensam que são mega féshion. essas são a minha alegria xD.
E sim, pessoas muito bonitinhas fazem me impressão xD.
concordo tanto com a resposta ao BL lol xD
ResponderExcluirMas isto de tratar bem as pessoas pela sua aparência é o espelho do portugal que temos...
ResponderExcluirE quando até nem estamos assim muito bem vestidos e entramos numa loja e nos tratam como se fossemos uns coitadinhos e depois vamos pagar e olham para o nosso cartão e antes do nome diz Dr, até são capazes de nos carregar os sacos ate casa... a mim ja me aconteceu a sra que trabalha no banco, passar por mim na rua e toda sorridente dizer-me boa tarde sra Engenheira... e antes se calhar nem olhava para mim :) Enfim é o país que temos... Mas é verdade, normalmente julgamos as pessoas pela sua aparência, acho mesmo que toda a gente o faz, é um habito que esta muito enraizado e perde-lo não é facil
Patrícia
ResponderExcluirPois é, tem bastante razão ^^
Tânia
Acho que tratar consoante a aparência é um tanto ao quanto universal... já isso de tratar melhor pelo titulo, acho que sim, é tipicamente português. conheço uma senhora que tirou o curso, nunca exerceu (por escolha) na área em que cursou, mas insistia em ser chamada doutora.