quarta-feira, junho 01, 2011

As lindas Histórias de infância do Ricardo

“Ai e tal, hoje é dia da criança” dizem vocês, leitores atentos aos dias do mês.
“…E?” – Respondo eu enquanto como uma bolacha e oiço música.
“Ah e tal, como pessoa espectacular e cheia de sabedoria, pensámos que podias partilhar connosco qualquer coisinha” dizem vocês com a bela da cara pedinchona.
“Ahm… Ok. O orgasmo do porco dura 30 minutos em média” – Digo eu enquanto coço a orelha esquerda (bendito carracedo)
*Rapariguinha de óculos redondos cai redonda no chão, e algumas famílias separam-se com esta informação extremamente interessante*
“Não totó, alguma coisa benita que nos ensine alguma coisa sobre a infância” – diz a leitora que vê constantemente filmes fetiche.
“Ah, ok” Diz o Ricardo, enquanto pensa que a infância é feita de diversas coisas para além de doces e cambalhotas e risadas e nhonhonho. Como tal o Ricardo resolve presentear os leitores queridos com:

Os traumas de infância do Ricardo:

O Ricardo tem a primeira experiência com uma profissional do sexo:
Idade: 5
Local: Rua de Madrid, á noitinha
Relato dos acontecimentos: o Ricardo estava no banco do passageiro, enquanto o sinal estava vermelho no semáforo, e do nada uma senhora badalhoca enfia-se dentro do vidro e começa-se a fazer ao meu pai.
Resultado: Ricardo fica aos berros por ver uma desconhecida de aspecto duvidoso a tentar a porta, enquanto tenta fechar o vidro e o pai se ri á brava com a cara de pânico.

O Ricardo avista um monstro:
Idade: 7
Local: Em casa
Relato dos acontecimentos: É assim, eu lia tudo o que era livros dos arrepios (Goosebumps em Inglês) e quando saiu a série de TV eu fui logo começar a ver. Para quem não sabe, os livros (e a sequente série, no video acima) são livros de terror para crianças. É um terror assim mais soft… o que não quer dizer nada porque com 7 anos tudo é assustador. Um dia fiquei em casa sozinho e comecei a ver um episódio dessa série. Quando acabou, ouvi uns barulhos debaixo da cama e liguei à minha mãe a dizer que tinha monstros debaixo de casa. Ela disse-me que não há monstros e nhanhanha… e eu desligo o telefone e tocam à campainha. Olho pelo olho de boi (aquela lente da porta que deixa ver as pessoas lá fora) e começo aos gritos e vou me esconder na dispensa.
Era o contabilista do meu pai, que era fanhoso e por isso tinha uma cicatriz na cara, para além de ser feio como tudo já de origem. Liguei à minha mãe em pânico a gritar que estava um monstro À porta e que me queria matar e não sei quê.
Resultado: até hoje (21 anos) quando vejo o homem na rua fico extremamente envergonhado com a linda figura que fiz.

O Ricardo teme a ira Divina
Idade: 8
Local: Casa da minha avó paterna
Relato do Acontecimento: A minha avó (de quem eu gosto imenso e nhenhenhe) é testemunha de Jeová. Como boa religiosa que é, desde sempre me tentou converter. Ora bem, qual a melhor maneira de gravar numa criança de oito anos uma mensagem religiosa? Medo.
Nunca contei isto aos meus pais, mas ainda me rio quando me lembro. Um dia qualquer tava eu com os meus amiguinhos, e eles trouxeram chouriço pró lanche. Eu comi um bocadinho mas nem gostei muito. À noitinha, depois de me falar de Deus e da bíblia e essas coisas todas, a minha avó resolveu falar do pecado do sangue. Para quem não sabe, as testemunhas de Jeová consideram pecado mortal ingerir sangue de qualquer maneira que seja… e o chouriço era de sangue. E como na altura o dia do juízo final estava à porta, a minha avó lembrou-me que eu devia arrepender-me sempre de comer sangue.
Resultado: Ricardo chora até às duas da manhã a rezar freneticamente e a pensar que vai arder no inferno ou qualquer coisa do género, e se não gostava de comida com sangue, depois disso nunca mais quis sentir sequer o cheiro.

O Ricardo é quase abandonado em Espanha:
Idade: 10
Local: Em Espanha (Duuuh)
Relato dos acontecimentos: depois de uma sessão de compras em Espanha, os meus pais entram no carro e eu fico cá fora, a despir o casaco. Meto o casaco lá dentro, e os meus pais arrancam a toda a velocidade, deixando-me numa rua qualquer de Sevilha onde não conhecia nada. Tive que ir a correr atrás deles quase 200 metros aos berros. E eles estavam tão determinados em abandonar-me ali que nunca pararam. Só quando uma espanhola apontou para a porta, prai 5 minutos depois (era eu a correr atrás dum carro, com perninhas curtinhas. É muito) é que eles repararam… que tinham deixado a porta aberta.
Resultado: nunca mais usei casaco em Sevilha. Ou se usei nunca mais o despi.


E podia perder-me aqui numa milena de acontecimentos do género, mas achei que estes chegavam para vos mostrar, queridos leitores, que a infância não são só rebuçados e dentes de leite e pais natais e alegria. Também são traumas que deixam uma pessoa com uma panóplia de parafusos a menos na cabeça.

E vocês?
De que acontecimentos traumáticos ou simplesmente engraçados de infância se lembram melhor?
Querem partilhar?
Vá, toca a comentar, ler e subscrever. amanhã respondo aos comments em atraso dos posts que ainda não respondi. sorry, dia munto ocupado.

[A ouvir: I ain't no quitter - Shania Twain ]
[Humor: Hyper]

7 comentários:

  1. Não é fácil ser criança nessas situações de facto.. são traumas para uma vida...além de ter tido uma infância normal...hoje guardo apenas pequenas cicatrizes de quedas...e a aventura de atravessar a auto-estrada para a estação de serviço onde eu sabia que tinha uns baloiços...imagino a cara dos meus pais depois da pausa do café e depararem-se comigo do outro lado a acenar..

    ResponderExcluir
  2. Tenho uma história tenebrosa: dei banho a coelhos acabadinhos de nascer.Basicamente agarrei numa cafeteira com água fria, abri a porta da coelheira, e enfiei um coelho de cada vez dentro da cafeteira para eles tomarem banho.
    Resultado: cometi um infanticidio em massa, a minha avó ia tendo uma síncope por eu ter dado banho a uma ninhada de coelhos, e não apanhei uma sova sei lá porquê.

    ResponderExcluir
  3. os meus traumas não são nada comparados aos teus...
    Mas lembro-me uma vez de estar na casa de uns amigos dos meus pais, caminhar para o sofá para ir buscar um brinquedo e de repente cair num alssapão e ir parar a uma adega :X
    claro que ninguém deu pela minha falta e só quando eu encontrei a saida é que apareci de novo com alguns arranhões e a chorar por causa do susto.
    Mas no geral tive uma infância feliz :)

    ResponderExcluir
  4. Petite
    Quando eu era piqueno ainda não havia autoestrada cá perto xD. Mas eu acho piada a lembrar me desses episodios, porque na verdade nem era nada de mais xD
    Inês
    Obrigado por espalhares o link :)
    já li lá no teu blog e comentei lá. xD sua coelhicida xD
    Caracóis
    Ahm... LOOOOOL uma aventura na adega xD. Nunca me aconteceu nada desse género. eu também tive uma infância feliz mais ou menos xD

    ResponderExcluir
  5. Minha mente está marcada por tantos medos que já passei na vida... Acho que fui o menino mais medroso do mundo. Lembro de cada coisa; uma delas é quando levantei de madrugada para ir no banheiro e chamei meu irmão para me acompanhar pela casa, enquanto eu estava urinando ele saiu correndo e foi deitar; me assustei quando ele correu e saí urinando pela casa e pulei na cama cobrindo a cabeça. Levei a maior bronca da minha mãe e fiquei numa vergonha... Eu tinha medo até da minha sombra...
    Um abraço, estou sempre lendo!

    ResponderExcluir
  6. Jefferson
    LOOOOOL
    Tadinho!
    Eu quando era pequeno por acaso tinha medo de ir na casa de banho da minha tia porque os tectos eram muito altos. xD obrigado ;)

    ResponderExcluir

Aproveita agora que comentar ainda não paga imposto, pode ser que responda!

Related Posts Plugin for WordPress, Blogger...