quarta-feira, fevereiro 23, 2011

Nunca "Get a Life" fez tanto sentido num título... ou já?

Nota prévia 1: Ok, como sabem – ou não –, criei uma página do blog (não é um perfil, é uma página, muito mais à frente xD). E como achei que era um bocado aborrecido aquilo servir só para os leitores fazerem like e pouco mais, resolvi ir postando lá coisas exclusivas.
Ou seja, de vez em quando publico lá textos de todo o tipo e feitio que não vão aparecer aqui no blog, só para tornar as coisas mais interessantes e menos lineares, posso também começar a fazer sondagens mais directamente com os subscritores e assim, sei lá. Quem não souber como ir dar lá, tem aqui o caminho (isto soou tão evangélico, credo)
Nota prévia 2: Peço desculpa a todos os blogs que costumo acompanhar, mas não tenho tido paciencia para comentar, embora tenha lido alguns… ah e BSL, tenho quase pronto aquilo que tu sabes ;)
Nota prévia 3: ando há 3 semanas com este post na cabeça, mas não saia, é horríbel quando isto acontece xD

Não sei se alguma vez jogaram a um jogo (completa e totalmente épico) chamado “the sims”.
O meu sim é a coisa mai limpinha de sempre como podem ver
O jogo consiste basicamente em vocês criarem pessoas virtuais, e viverem a vida delas como querem. É muito giro e bom para relaxar, podemos ser super estrelas num estalar de dedos, ou fazer um bebé a partir de beijos… mas isso agora não interessa nada.
O que faz esse jogo ter sido – e continuar a ser, nas versões mais recentes – um sucesso estrondoso de vendas, é a sua premissa.
O poder do controle de uma vida (virtual) é completamente posto ao nosso dispor, e sem qualquer consequência. E isso é uma espécie de desejo intrínseco que muita gente tem.
O problema aparece quando em vez de se porem a jogar aos sims, as pessoas se lembram de jogar com a nossa vida.

Já repararam como há cada vez mais gente disposta a viver a nossa vida por nós?
Cada vez mais há por aí poços de sabedoria dispostos a vomitar conselhos em cima de quem os não pede, e a verdade é que se não temos cuidado arriscamo-nos a tornar-nos marionetas nas mãos de toda a gente que nos conhece e “se preocupa”.
Sim, porque a suposta preocupação é a melhor desculpa para se dar uma “sugestão” aqui e outra ali, como quem (não) quer a coisa.
Porque uma pessoa que se preocupa não diz as coisas por mal, aliás é sempre a pensar no nosso bem… por mais que nos dêem conselhos que possam ir contra os nossos ideais ou concepções.
O problema está mesmo em que o melhor para mim, não é provavelmente o melhor para o meu vizinho do lado, nem para a minha bisavó que nem conheci.
Eu posso achar que o melhor na vida é ser uma super estrela e ter uma mansão em Berverly Hills, e o “conselheiro indesejado” pode achar que o melhor para mim é ir para um mosteiro fazer bolos conventuais.
As nossas vidas quando expostas – por mais minimamente que seja – são como mel para as moscas, atraem uma data de pessoas sedentas por uma centelha de controlo sobre nós.
Aposto com vocês que se em vez de ter postado este post, postasse um em que falava de como… hmm… me vão penhorar o carro – que nem tenho, mas pronto – e que estou a entrar em desespero e em depressão, metade dos comments iam ser de pessoas que sabiam exactamente aquilo que eu devia fazer.
De pessoas que vinham dar as tais “sugestões”.
Eu aceito muito bem conselhos e até uma ou outra sugestão (afinal não sou infalível e erro muitas vezes), a sério que os aceito… mas temos que saber distinguir as situações.
Podemos receber conselhos quando os pedimos, recebê-los quando não os pedimos, e receber instruções mascaradas de ”sugestões amigáveis”
Eu agradeço imenso a 1ª situação, não levo nada a mal a segunda, é provavelmente com boa intenção, mas a terceira opção eriça-me os cabelos da nuca.
Sim, porque começa tudo com uma pequena sugestão como “Ah, devias deixar de ouvir a banda tal” e acaba com sugestões despropositadas como “agora vais deixar de te dar com A B ou C, porque eu não gosto deles”.
O que me irrita não é propriamente a falta de noção dessas pessoas, até acho uma certa piada a isso (aquela falsa superioridade é impagável).
O que me irrita mesmo, é a maneira como reagem quando confrontados com tentativas infelizes de controlo.
Sim, porque um controlador compulsivo, quando confrontado, entra em parafuso, fica extremamente ofendido e faz um dramalhão, acabando por mudar de assunto de maneira brusca ou a transferir para nós a culpa de tudo só para não falar sobre o que não quer ouvir.
A vida é feita de erros, e custa muito a algumas pessoas que tenhamos que fazer os nossos erros por nós, ver o que queremos ou não, cair e levantarmo-nos para darmos a devida importância (ou falta dela) ao que nos rodeia, e então fazem de tudo para que sigamos aquilo que acham melhor.
E há cada vez mais pessoas dispostas a deixarem-se controlar.
Pessoas com medo de quebrar ligações que só existem porque não há a coragem de situar quem quer viver por nós a nossa vida e dizer-lhes como na canção “quem é que morreu para te nomear rei?” (a tradução literal do refrão é isto).

Porque acham que as pessoas querem cada vez mais meter-se na vida umas das outras?
Respeitam muito a vossa privacidade? e a dos outros?
Já encontraram muitos controladores compulsivos?
Como reagiram?
Quando foi a ultima vez que deram uma “situada” em alguém?
Comentai, lei e ide ao feicebuque.

[A ouvir: Careful - Paramore]
[Humor: Cansado]

4 comentários:

  1. Já estou no teu feice!!
    Agora vamos ao que interessa...as pessoas de fora tendem sempre a interessarem-se pela nossa vidinha,mesmo que ela não interesse a ninguém.
    Eu falo por experiência própria.Por viver numa aldeia e ter uma mãe com uma doença mental,muitas "amostras de pessoas",tiveram a tendência de vir dar conselhos,sugestões e mesmo quererem interferir.O que aconteceu???Uma coisa muito simples...eu mais o meu nariz arrebitado e pose de má situámos as pessoas no devido lugar.Conclusão:não me voltaram a aborrecer e disseram que eu era muito antipática porque não falava às pessoas.
    Conclusão:não me ralo nada que me chamem de antipática,e essas "amostras de gente",aprenderam que escusam de tentar aconselhar e dar sugestões.Mas ainda existem aquelas que tentam o que é incrível!!!"Então a tua mãe está internada???"
    "Sim está."
    "Oh coitada dela...eu bem que...e como é que ela está..."
    "Eu já disse que está internada."

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  2. Inês
    Awn, já te vi lááá xD
    É por essas e por outras que não gosto assim muito de aldeias. as pessoas são todas muito espertas nas vidas dos outros
    Corina de Oliveira
    pois faz xD
    Gonçalo
    Obrigado ;)

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