Não sei se já alguma vez vos aconteceu terem uma overdose de alguém.
Já me aconteceu algumas vezes.
Quando X nos diz olá e nós nos imaginamos a espancá-lo com um taco de basebol. Ou quando damos por nós a pensar que o riso do X é nocivo aos ouvidos. Ou quando qualquer coisa que ele faça nos dê vontade de nos lavarmos com lixívia e mudar de cidade a correr.
E se já passaram por isso, aposto que vos passou pela cabeça “mas o X não me fez nada, sou uma pessoa horrível pah” ou alguma coisa do género.
Não, vocês não são pessoas horríveis (excepto tu… sim tu aí com o poster do leão marinho pornográfico na parede. Tu és uma pessoa horrível)
Até podem reparar que isso não é (na maioria dos casos) permanente.
É um processo muito simples.
Isto acontece porque cada pessoa tem um grau de saturação específico para cada interveniente na sua vida social.
O grau de saturação representa a facilidade com que nos enchemos de uma pessoa.
É quase como as afinidades, mas de uma forma proporcionalmente inversa.
Com isto quero dizer que não temos necessariamente que nos dar bem com alguém para termos um baixo grau de saturação por essa pessoa.
Às vezes toleramos melhor pessoas mais afastadas que os amigos mais próximos.
- Quase todas as relações têm um prazo de validade. O que determina isso é o grau de saturação. Quanto menor for, mais dura a relação.
- Os graus de saturação funcionam para QUALQUER tipo de relacionamento. Não interessa se é amizade, romance, relação profissional, ou o que quer que vos ocorra. Todos esses relacionamentos existem ,aliás, por termos um menor ou maior grau de saturação a essas pessoas.
- O grau de saturação é desenvolvido pelas várias interacções sociais. Desde as conversas, até aos cumprimentos, passando pela linguagem corporal. Todos nós vamos absorvendo esses detalhes para calcular com cada vez mais precisão o grau de saturação de determinada pessoa.
- O grau de saturação que atribuímos a cada pessoa é feito da mesma maneira que como escolhemos a nossa cor favorita. embora tenha em conta as nossas vivências, mas podemos ter uma maior apetência para uma coisa do que para a outra. Eu, como já vos disse nuns posts atrás tenho aquela estranha tendência de atrair pessoas doidas, e acho que isso me valeu um menor grau de saturação às pessoas no geral. Sou muito mais tolerante do que deveria ser com desconhecidos, por exemplo.
- O grau de saturação não tem nada a ver com a quantidade de convívio, mas pode ser alterado por convívio excessivo. Embora possa dar essa impressão, se tivermos um Maior grau de saturação por alguém, por mais tempo que passemos com essa pessoa não nos vamos passar a dar bem magicamente. A não ser que haja daqueles “bolinhos mágicos” à mistura. Curiosamente o contrário acontece muito facilmente. Podemos ter uma grande tolerância a alguém (um menor grau de saturação portanto), mas por convivermos muito com essa pessoa “enjoamos”. É o mesmo que eu agora comer chocapic 3 meses seguidos. Por muito que goste de chocapic, ao fim do 1º mês já nem o cheiro suporto.
Depois temos todos os graus de saturação já predefinidos.
Ora vejamos o exemplo base disso.
Somos todos programados geneticamente para ter um grau de saturação menor para os pais, até atingirmos a maturidade emocional suficiente para reivindicarmos a nossa independência (claro que não estou a contar com a aborrecência, aquela fase em que se odeia o mundo e em que o mundo nos odeia completamente) porque é assim que tem que ser.
Eu tenho:
Grau de Saturação menor (maior tolerância portanto) a:
- Pessoas espampanantes- Não sei explicar porquê, mas dou-me bem com pessoas assim, exageradas e divertidas. Demoro mais tempo que o normal a cansar-me delas.
- Pessoas aventureiras – fascinam-me. Não me consigo cansar delas
- Pessoas ácidas – Eu sou uma pessoa ácida. Falo fluentemente sarcasmês e não dispenso a minha ironia cruel para temperar as conversas, só é natural que goste de pessoas como eu.
Grau de Saturação maior (menor tolerância portanto) a:
- Pessoas burras – não suporto pessoas lesadas que não entendem um sarcasmo ou uma ironia óbvias. Começo rapidamente a ficar irritado com elas, mesmo que as tenha acabado de conhecer.
- Pessoas aldrabonas – As pessoas aldrabonas perdem um bocadinho a noção de quando estão a dizer coisas ridículas, e pensam que somos sempre idiotas ao ponto de “comprar” tudo o que nos dizem.
- Pessoas Boazinhas – Já disse porquê aqui, leiam se quiserem saber mais.
- Pessoas demasiado inseguras – Ok, não é por mal. Não odeio pessoas inseguras. Mas começo a saturar-me delas num ápice. Nunca percebi muito bem porquê. É aquela mistura dos pedidos constantes por atenção e o coitadismo incorporado. Irrita-me e pronto
Os graus de saturação são tão necessários como as alergias. Embora seja muito bonita a ideia de um mundo em paz, o ser humano é intrinsecamente conflituoso e isso não vai existir nunca. Por isso mais vale sabermos bem as pessoas com quem nos damos mesmo bem e as com que nos damos pior.
E vocês?
Já alguma vez tiveram uma overdose de alguém?
O que fizeram?
Digam-me, quais os vossos graus de saturação maior e menor. Usem os meus como exemplo.
Leiam, comentem, subscrevam!
[A Ouvir: I'll Call ya -Chris Brown]
Tive hoje a tarde!!!lol
ResponderExcluirUma tipa que não se calava. Que não ouvia! Que conhecia toda a gente. Isso durante 3 horas. E mais, deu uma música qq portuguesa na TV e ela "esta música foi feita para um amigo que é sobrinho de um tio que conheça a minha mãe..."
Chegando a este ponto....bazei!
eu não diria melhor, assino por baixo. Um beijo
ResponderExcluirHá uma rapariga da minha turma com quem me dou muito bem. É aquela pessoa que me apoia, com quem desabafo e etc. Mas no semestre passado ficámos as duas com o mesmo local de estágio e até as coordenadoras nos diziam "Vocês parecem mesmo irmãs" porque não parávamos de implicar uma com a outra! =p Mas pronto, agora com a distância voltou tudo ao normal...
ResponderExcluirQue me lembre agora... Não suporto aquele tipo de rapazes que andam atrás uma noite inteira e não conseguem perceber o significado de "NÃO" e pessoas interesseiras...
Eu sou um ser mais anti-social que conheço... rs
ResponderExcluirEntão como disse uma moça em um programa de debates:
- Eu aguento gente por duas horas, depois disso preciso sair para dar uma volta.
Eu sou assim. Eu necessito da minha solidão como preciso de ar. Não gosto de viver o tempo todo rodeada de gente, então a possibilidade de me saturar de alguém é facílima.
Acho que de todos os tipos o que me satura mais rapidamente é o que fala demais, sem pausas. Noooossa! Isso me dá uma angustia e uma vontade de mandar a pessoa calar a boca, quase incontrolável!
Beijocas
Overdose de alguém? UI... senao tive... e tava a ver que nao encontrava antidoto! xD
ResponderExcluirTem um excelente fim-de-semana :D
Beijocas *
oi vim aqui visitar su blog e deixar minha marca um forte abraço
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