segunda-feira, fevereiro 14, 2011

O Ricardo e o divórcio

Nota não relacionada com o texto nº1: Como devem ter reparado, uma mão cheia de comments mais recentes desapareceram. Fui eu sem querer que os apaguei, porque ao experimentar uma coisa nova pró blog fiz a proeza de duplicar TODOS os comments, ou seja fiquei com 3000 e tal comentários e tive que andar a eliminar os duplicados. Por arrasto foi um comentário da Shell Maria, um da Ana e um da Inês sem querer (isto sem contar que tive que responder aos posts todos outra vez porque os meus também foram. Por isso não estranhem se tiverem feito um comment e eu não lhe responder. Posso tê-lo apagado sem querer. Se não for incomodo e o tiverem feito, agradecia que comentassem outra vez.  
Nota não relacionada com o texto nº2: agradecia imenso que respondessem a uma votação que vou abrir ainda hoje e que vai estar mesmo ali ao lado, sobre comentários, preciso de saber a vossa opinião para saber se adopto um novo estilo de caixa de comentários mais abrangente. Agradecia a colaboração.

Podes ficar com as jóias, a casa, o carro, mas não ficas ca Bimbyyyy 
Ok, eu não resisti, achei completamente apropriado de uma forma retorcida. Para quem não sabe – e acredito que haja muita gente que nem faça ideia – O dia de São Valentim existe graças a um padre chamado Valentim na época dos Romanos, que fazia casamentos contra as proibições do imperador Cláudio II (que acreditava que sem família os jovens iriam mais depressa para a guerra. E casados tinham família… e pronto, percebem a ideia) e no dia 14 de Fevereiro de 270 decapitaram-no por isso mesmo (simpáticos huh?).
Pasmem-se alminhas que pensavam que era quando o cupido fazia anos (LOL)
É que de uma forma barbáricamente retardada, a ideia que há – mesmo depois de 1741 – é que um casamento é o passaporte para uma felicidade garantida, depois de uma bela festa, um vestido ridiculamente caro que nunca mais vai ser usado, e uma batelada de dinheiro para convidar aquela família que vemos uma vez por ano e que provavelmente nem conhecemos assim tão bem, e os amigos e conhecidos que trazem o seu “plus one” (or two) e fazem com que dê a impressão de que conhecemos 200 pessoas em vez das reais 50.
Mas e quando não é?
Sim, porque não é á toa que a taxa de divórcios tem vindo a escalar em velocidades perigosas ano após ano, por este mundo fora.
Não consigo acreditar naquela história de “até que a morte vos separe” porque a não ser que se tenha um enfarte fulminante na noite do casamento, é muito mais provável que se acabe mais cedo o “encanto” e o casamento vá para o espaço.
O casamento não vai tornar o entendimento mais ou menos fácil, bem como uma união de facto, ou o caso de viverem juntos.
Isso é história para boi dormir.
O grande problema está exactamente na romantização.
Como estamos numa sociedade tão individualista e apologista do sucesso pessoal numa base competitiva (nem vou referir os posts em que já falei disto, já foram uma penca deles), há uma pressa maior de se ser bem sucedido, e um medo de acabar sozinho (por ser de certa forma antagónico ao pretendido numa vida bem sucedida).
Uma pessoa bem sucedida tem que o ser a todos os níveis, amoroso incluído.
Esse desespero acaba por toldar o raciocínio a muitas alminhas, que pensam que sentir calores ao nível da virilha pelo namorico actual é o mesmo que encontrar o amor de uma vida, e então saltam desesperadamente etapas para o casamento de sonho.
O que estraga toda esta lógica com pouca lógica, é que para se fazer qualquer uma das coisas acima (viver juntos, casar ou ter uma união de facto) não basta uma paixão fulminante.
Isto não é um livro da Stephnie meyer, em que uns quantos “amo-te” dão direito a um casamento eterno. É uma coisa mais complexa. Quando as pessoas se casam devem ter em conta aquilo que sentem, avaliar se sentem algo suficientemente forte pelo outro para o deixarem entrar na sua vida de forma tão .

Obviamente que depois, 85% destes casamentos relâmpago – todos muito românticos, muito felizes, muito apaixonados e genuínos – acabam por nem durar dois anos (e isto sou eu a ser simpático) , e não é por falta de amor. É por inexistência do mesmo.
O amor é aquela coisa da tolerância e blablabla, e quando não suportamos todos os defeitos do outro, não há cá amor, por mais incrível que seja o sexo.

E então entra aqui (ou deveria) o divórcio.
E o que é engraçado, é que em pleno século XXI que é supostamente o da tolerância, ainda há muitos tabus a rondar o assunto.
O divórcio tem por base a separação do casal, é mais uma formalização do que outra coisa, é como eu lhe chamo “o break up dos adultos”.
Digo que é uma formalização, porque se analisarmos bem as coisas, é mais que óbvio que a separação não acontece de um dia para o outro e não é por artes mágicas que alguém se quer desagregar de alguém com quem partilhe a vida de forma tão directa. A separação já está lá quando se opta por tomar a medida mais drástica.
Sou total e completamente apologista do divórcio, desde que haja motivos para isso. Vamos ser realistas, há casamentos que não têm salvação por mais boa vontade que haja de ambas as partes.
Como por isto de maneira simples… Um casal é como um conjunto de engrenagens. Se não encaixarem uma na outra (isto soa tão, mas tão pornográfico) por mais que tentemos não e o mecanismo não vai funcionar.
Mas as pessoas têm muito medo, e então acomodam-se. Deixam andar, e vivem numa espécie de dormência afectiva que pode durar toda uma vida.
E usam exactamente os medos: medo de ficar sozinhas, medo de não encontrar mais ninguém, medo de recomeçar, medo de admitir que não conseguiram manter um casamento (por mais insustentável que este possa ser, e não estou aqui a falar daqueles casos de violência doméstica, isso é um caso que não vai de encontro ao que eu quero especificar)…. Ou então usam os filhos como desculpa.
E eu pergunto, mas e o que é que ganham com isto?
As crianças podem sofrer inicialmente num divórcio, mas habituam-se e até acabam por encarar na maioria dos casos a mudança como benéfica. Porque manter uma relação de fachada é muito mais doloroso para elas. Ser jogado no meio das brigas dos pais e achar que é normal é muito menos saudável do que a dor temporária que um divórcio lhes causará.
Quanto ao resto… mais vale só que mal acompanhado, digo eu. Nunca me divorciei, mas não vejo sentido em estar numa relação que não seja emocionalmente proveitosa para ambos (ai que frase tão finesse).
Claro que também há o outro reverso da moeda. Aquelas pessoas que pensam no divórcio como primeira instância para resolver qualquer discussão mais acalorada.
Não sei se conhecem algum caso, mas eu acho ridículo aquelas pessoas que se divorciam, e passado menos de 8 meses se voltam a casar e andam neste ciclo vezes e vezes sem conta, sem saber se querem carne ou peixe. Nunca percebi muito bem qual é a ideia. Um casamento/vida conjunta requer cedências, adaptação e alguma presistencia… pode parecer que me estou a contradizer mas é uma coisa completamente diferente, acima refiro-me àqueles casamentos que se arrastam e nunca desenvolvem por mais que se tente. Neste caso é mesmo falta de vontade de tentar ver outros pontos de vista e adaptar-se às opiniões do outro em alguns casos.
Casamento não é o mesmo que um namorico que se acaba quando já não há interesse. Temos de ter em conta que a nossa vida romântica não é a novela das 8 com uma paixão infinita e uma pessoa perfeita ao nosso lado, e que não é do pé pra mão que se encontra a alma gémea e se dá um passo tão importante como juntar os trapinhos, para depois se voltar atrás quando aquele encanto inicial se evapora.
É muito engraçado se compararmos. A geração dos nossos pais é a que tem sempre mais picuinhices com esse assunto, e a nossa geração usa o divórcio sem pensar muito se vale a pena, parece que ainda não se conseguiu chegar a um meio-termo geral.
Resumindo: Por mais drástica que seja esta solução, há muitos casos em que é a única volta a dar ao assunto porque arrastar uma vida de infelicidade não é solução para ninguém… no entanto há outros casos em que o divórcio é usado como ferramenta para fugir aos trabalhos que dá uma relação séria, o que acaba por distocer um bocado a ideia que se tem de relações sérias hoje em dia e da maneira de lidar com elas, que não é sempre a mais fácil.

E vocês?
São contra, ou a favor do divórcio?
Conhecem algum caso dos acima descritos?
Já passaram por tal coisa, ou alguém próximo passou por isso?
Acham que se banalizou muito a ideia de uma relação séria?
As pessoas estão a ficar tãtãs e não conseguem distinguir paixão de algo mais?
Vá, comentai, e subscrevei saxavor! 
e se gostarem do dia (não é o meu caso, odeio, cambada de consumismo idiota associado a uma hipocrisia geral, mas prontes) Bom dia de S. Valentim.

[A ouvir: Yeah Yeah - Cheryl Coleft. Travis Mc. Coy]
[Humor: Filosófico]

4 comentários:

  1. hahahahaha, no problem my friend... bem... o dia dos namorados me deprime, as always. Sou a única pessoa que conheço que passa a data tanto a do dia 14 como a do dia 12 de junho no Brasil sozinha. Ou seja, durante a adolescência sonhava tanto com o dia xD até que um dia qq que foi recente mas eu não me lembro, mandei toda esta convenção social tomar no c* e hoje minha mãe diz que me tornei amargurada. Não, me tornei é realista mesmo. Datas são puramente comerciais... elas não substituem sentimentos. Conheço uma penca de pessoas que dão tudo pra passar essas datas com alguém, depois choram no meu colo mimimi. Estou bem assim ;)

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  2. curti o teu blog, vou ali clicar no fallow

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  3. Saber que não é um vínculo vitalício tem as suas vantagens, porque as pessoas mudam, e o "amar até que a morte nos separe" pode depender dessa mudança, mas com casamento ou sem ele, penso que as pessoas banalizam cada vez mais as relações, confundem liberdade com libertinagem... Passou-se do 8 ao 80.

    PS: Não votei porque não tenho face nem twt e, como tenho blog, só sei que vou continuar a comentar... a menos que me dê um piripaque aqui e agora e só me encontrem daqui a 8 anos... :|

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  4. UUUF tanto comment, vamos lá a começar isto xD
    Ana
    LOL eu por acaso nunca liguei muito À data, desde que me lembro...
    É, li no outro dia um comentário algures no facebook de alguém que disse "ai que horror passar o dia 14 sozinho" e ainda não entendi qual é o drama.
    Pedro
    Muito obrigado. sê bem vindo ;)
    PFIA
    obrigado À mesma pelo não voto ;)
    Quanto ao resto... acho que é isso mesmo que disseste...

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