segunda-feira, maio 30, 2011

Onde é que eu tinha a cabeça?

Aqui há uns dias enquanto revia fotos antigas com os amigos de sempre, deparei-me com uma das nossas milhentas fotos de grupo, de há uns… 5 anos (credo, parece que foi ontem).
Sabem como são, o cliché das fotos de amigos, com toda a gente em filinha a rir pra câmara e a fazer figuras. E esta seria também normal, se não tivesse lá no canto uma pessoa de quem eu não me lembrava completamente.
De inicio pareceu-me que fosse um emplastro… mas se fosse um emplastro era um emplastro bem atrevido porque estava encostado à K. e estava a rir para a câmara… e não me era totalmente desconhecida aquela cara.
Depois de torrar um bom bocado os miolos, cheguei á conclusão de que aquela pessoa lá ao canto da foto, não era um emplastro infame.

Era um “Onde é que tinhas a cabeça?”

Os “onde é que tinhas a cabeça?” são acontecimentos bastante comuns na vida de toda a gente.

Estas coisas dos amores desamores interesses químicas e afins sempre foram confusos para mim, porque verdade seja dita, as linhas que separam cada denominação são bastante finas e quebráveis. O que é verdade é que o “Onde é que tinhas a cabeça?” é quase sempre um falso amor.

Começa tudo com um interesse – recíproco ou não – que passa para atracção, depressa despoleta em química e acaba num enlace (amoroso sexual ou outra coisa do género). Como essa pessoa entra nas nossas vidas numa altura em que não se espera nada desses campos, acabamos por não… avaliar o produto. É um bocadinho aquela máxima de “a cavalo dado não se olha o dente”.
E andamos naquela fase de embriaguez, em que vemos tudo cor de rosa com rebordos encarnados ás bolinhas roxas. Tudo é perfeito, e todas as criticas que possam ser endereçadas ao objecto da nossa afeição são imediatamente descartadas. “Oh, cala-te ele não é nada retardado” “Oh, ela só bebe para ficar alegre”. E nessas alturas estamos cegos e surdos para o mundo exterior, porque estamos bem com o nosso “alvo” e nos sentimos bem com a confiança que disso obtemos e nhenhenhe…

Mas como nem tudo são rosas, a dada altura tanto mel começa a ser estranho, porque perfeição, só no Photoshop. E aí liga-se o sentido critico. A dada altura começamos a reparar que não estamos com a W ou o X ou a J, mas sim com uma imagem que temos criada dessa pessoa. Afinal a W não tem umas mamas tão bonitas quanto isso, e o X não é assim tão atencioso como parece… e a J não está a falar com um kit de mãos livres na casa de banho. Está mesmo a falar sozinha.
E obviamente que acaba por descambar, porque afinal namorar uma pessoa que tem como ídolo o Hitler já não parece tão sedutor como antes, e a flatulência acaba por não ser uma característica peculiar e adorável bem vistas as coisas.

E depois da água passar a ponte, lá seguimos com a nossa vidinha… e acabamos por evitar falar dessa pessoa, pelos simples motivo de ser um bocado constrangedor admitir a alguém que se namorou uma pessoa que tinha amigos imaginários. Ou simplesmente porque era muito má rés, e nos apanhou numa fase de profunda e efusiva rebeldia.
Não ficamos necessariamente a odiar essa pessoa, pelo amor de Deus, para cada pé há um sapato - e para os pés defeituosos há muito crok neste mundo.
Pelo caminho, a pessoa apaga-se mais ou menos. Já não nos lembramos tão bem das qualidades nem dos defeitos. E ficamos assim durante bastante tempo, até ao dia em que ao remexer num armário qualquer encontrarmos uma foto, um postal, uma prenda, qualquer coisa que tenha o dedo dessa pessoa, e quando damos por nós já  pensamos “Eish, onde é que tinhas a cabeça?”


E vocês?
Alguma vez tiveram um/uma “onde é que tinhas a cabeça?”
E foi uma coisa mais ou menos séria ou assim casual?
Como é que reagem quando algum amigo tem um "onde é que tinhas a cabeça?"
Alguma coisa a acrescentar ou a corrigir?

Vá, toca a comentar ler subscrever e gostar no facebook, que eu amanhã respondo aos comentários todos da semana passada, ainda estou com umas horas de sono em atraso da saída de ontem á noite, o cérebro não está a 100%.

[A ouvir: Just say yes - Snow Patrol]
[Humor: Sonolento (mas feliz)]

4 comentários:

  1. Eu admito que já tive um desses e os meus adoráveis amigos fazem sempre questão de o relembrar...

    Quando algum amigo arranja uma coisa dessas eu tenho tendencia a meter a colher, eles ficam tristes mas passado algum tempo reconhecem o meu acto :D

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  2. Sim, estou viva :D eheheheh... Estou de volta! LoL

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  3. Já tive...e ainda hoje penso...Inês onde é que tu tinhas a cabeça!!!
    Não foi nada de sério, mas...onde é que eu tinha a cabeça!!!

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  4. Caracóis Dourados
    Olha tens mais sorte que eu. quando meto o bedelho eles não gostam nada xD. também já tive uma ou duas assim.
    Corina
    bem vinda de volta
    Inês
    é né? também me passa isso pela cabeça de vez em quando xD

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