segunda-feira, maio 09, 2011

Quando a mão não chega, o cérebro faz o serviço todo/ Peripécias de um mau break up

Aqui há umas duas/três semanas, dei de caras com esse trailer.
E tratei de arranjar o filme para ver.
E fartei-me de rir do inicio ao fim.
Aconselho vivamente.
Como gostei imenso do filme, achei que até nem era mal pensado falar nisso.

Já repararam como há pessoas que não sabem lidar com a rejeição amorosa?
Uma rejeição amorosa, independentemente dos motivos apresentados vai acabar sempre no mesmo, não interessa o que vos digam. E as pessoas reagem todas da mesma forma até certo ponto.
Começa tudo com um “olha não dá mais, adeuzinho” e a partir daí é sempre a descer.
Começa tudo literalmente com uma frase “Isto é só uma fase”. Afinal, todos temos fases más… e o que interessa que a alminha em questão já esteja na cueca doutra alminha? É só uma fase que há-de passar rapidamente… até que não passa, e depois começa a nascer o desespero da dura realidade “e se não é mesmo uma fase?”. E começam as culpabilizações. Era por causa da cueca cor-de-rosa da Hello Kitte… ou por causa do Axe em excesso… ou se calhar foi o cão do vizinho que ladrou demais, e então isso fez a alminha ficar confusa e querer acabar tudo… A culpa nunca é de quem foi rejeitado, é uma espécie de autodefesa primordial. e depois vem a depressão. E os chocolates, as comédias românticas e as baladas estão lá. Ou a bejeca e a sport TV que isto um coração partido não escolhe sexo. E depois começa o ódio. Ódio da alminha, ódio dos amigos que nunca previram, ódio a todos os santinhos casamenteiros que preferiram ver o “perdidos na tribo” a dar um olhinho ao namorico em questão….

E a partir daqui se diferencia uma pessoa normal, duma pessoa debilóide.

A pessoa normal acaba por seguir para a fase do desapego, e de repente já foi. Custou, mas foi.
Já a pessoa debilóide não.
A pessoa debilóide não consegue engolir que “já deu”. Em vez de se seguir em frente, o passo lógico é – obviamente – remoer o assunto até à exaustão. Claro que o “luto” varia de pessoa para pessoa, mas quando o luto não é encarado como luto e sim como uma escapatória, começa o degredo.
Espiralamos até à auto destruição mental, os blind dates, o oferecer a mercadoria a qualquer alminha remotamente interessada, e aterra-se de nalguedo bem assente no chão em cima da plataforma “criar o partido de sonho” (claro que não é o único possível, mas é do que eu vou falar por ainda ter na memória o filme)

E começa-se a dar desculpas aos amigos “Ai agora não dá, tenho que ir ter com um amigo” e depois esse amigo salvador das pitty parties – aqueles típicos encontros muito comuns em que se consola o enjeitadinho até mais não – começa a ser uma mentirinha mais frequente. E já se tem que ir tomar café com esse amigo inúmeras vezes. E quando se vai passear sozinho, diz-se que o amiguinho imaginário também foi… e como boa comédia de humor negro e romântico em que se acaba por tornar a alminha do exemplo, convence-se que o amigo é real… e apaixona-se… e depois é o bonito. O mais que tudo de sonho está sempre ocupado, e nunca pode ir aos jantares de amigos… mas manda sempre beijinhos… e não tem telemóvel porque não gosta, e não tiram fotos juntos porque não gosta de fotos. Afinal “arruínam o momento”.
E aqui entram os amigos.
E é nestas alturas que às vezes grandes amizades acabam, porque os amigos se recusam a passar a mão no cabelo de uma pessoa em clara psicose, e lhe tentam abrir os olhos.
Aqui se vê quando um amigo é um amigo, porque verdade verdadinha, é muito mais fácil dizer “sim sim claro querido/a, acredito em ti” e cagar nisso. Afinal ninguém está a fazer nada de mal e assim sempre se poupa em presentes de aniversário. O que é complicado é dar duas lambadas ao migo e dizer “Vai ao mecânico da cabeça que tens as engrenagens todas a darem de si”.

E vocês?
Se tivessem um amigo/conhecido nesta situação, o que faziam?
E se fossem vocês?
Porque acham que há pessoas que conseguem enveredar por estes caminhos?
Que maneiras mais estranhas viram uma pessoa usar para ultrapassar uma rejeição mal digerida?
Fazer colecção de miniaturas de borracha da Hannah Montana? Escrever canções sobre isso? Perseguir os ex por todo o lado (literalmente?)

Vejam o filme, que vale mesmo a pena – nem que a Luana Piovanni não seja muito boa actriz.
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[A ouvir: Meet Me by the water - Rachael Yamagata]
[Humor:Divertido]

2 comentários:

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