Como estou especializado em séries de advogados, posso com toda a certeza dizer que me formei com altas notas em direito televisivo (ou qualquer coisa do género).
Ao fim de aproximadamente 6/7 anos de aulas legais ricas em detalhe, posso com toda a certeza dizer que estou tão ou mais habilitado para entrar numa qualquer salinha de tribunal e defender um caso como um advogado todo pipi.
Diploma?
Pfff quem é que precisa duma coisa dessas?
Ora vejamos:
O meu amor pela lei começou com a Ally Mc Beal, que em 112 capítulos me ensinou tudo o que preciso saber para ter bases numa carreira legal:
Toda a gente dorme com toda a gente num escritório de advogados.
E pelo meio vi umas cenas lésbicas com a Lucy Liu, e percebi que a lei pode ser divertida, quando a Ally foi defender um caso de ressaca. A lei é no fim de contas uma coisa bonita e simples, que tem ligação directa com sócios, indecisões, namorados e namoradas – Com a Ally a descoberta legal acabava por ir dar invariavelmente ao vale dos lençóis.
Mais tarde fui dar com Boston Legal, quando o meu coração ainda sentia saudades da Ally Mcbeal e dos seus ensinamentos valiosos. E com Boston Legal aprendi que afinal um escritório de advogados é um sitio promíscuo por uma única razão:
Nunca há pessoas gordas feias ou velhas (sem ser a ocasional personagem cómica) a trabalhar num (escritório de advogados)
Ah, e por acréscimo, é um sitio onde pessoas malucas se concentram e vestem fatos de mergulho para irem a reuniões.
Mais tarde, quando já tinha aprendido tudo o que podia com Boston Legal, começou a dar Shark. E shark era uma série sobre um advogado dos maus, que passou a ser um advogado dos bons. Aqui aprendi que quando um gajo é rico o suficiente faz um tribunal em miniatura na cave de casa e pratica lá os casos. O que me levou à conclusão de que :
Apenas os advogados do ministério público sabem a lei. Os outros são todos maus.
Depois comecei a ver drop dead diva (que na SIC é “de corpo e alma”). E aqui aprendi até agora (que ainda estou a frequentar aulas nesta fase do meu curso legal) que a amiga loura burra e mamalhuda que não percebe nada de lei é que acaba por dar sempre as ideias para resolver os casos. Isso e que se pode partir uma janela do 12º ano com um bibelot e o chefe nem diz nada.
Agora que vos expliquei o meu extenuante percurso académico no mundo legal, vou dar-vos os três tópicos para serem uns advogados de sucesso:
- O cliente tem razão 99% das vezes – Tipo, os clientes que nóses defendemos, são sempre inocentes. nem vale a pena preocuparem-se com isso. As pessoas de bem vão sempre ter ca gente. Mais cedo ou mais tarde ganhamos o caso.
- A lei não interessa para nada – A sério, quem tem medo de estudar direito por causa daquela coisa dos códigos penais e não sei o quê, isso é tudo publicidade enganosa. A “lei” aparece mais como complemento do nome da série, ou da firma. O que interessa é dizermos as coisas com o coração. Qualquer pessoa consegue contornar um caso de homicídio involuntário, se tiver em atenção que a acusada tinha meias amarelas de poliéster, e que com meias amarelas de poliéster não dá para matar ninguém (duuh).
- Discursos sentimentais ganham sempre o caso - Vamos ser bastante directos, quando tudo o resto falha, usem o sistema lacrimoso. Derramem uma lagriminha, façam o júri sacar dos kleenexes e assoar-se como se não houvesse amanhã. Cai sempre bem e o caso é ganho num estalar de dedos.
E pronto, agora já podem ir ser advogados de renome, depois destas dicas, e de seguirem o plano de estudo intensivo do Ricardo, sem terem que gastar dinheiro em propinas ou horas em leis chatas e desinteressantes, quando podem ver soutiens e coisas assim.
E vocês? costuma ver séries de advogados?
Contratavam os meus serviços legais? xDDD
Contratavam os meus serviços legais? xDDD
Acham que o que eles passam tem alguma coisa a ver com a realidade? eu pessoalmente acho que tem prai 20% de realismo, se for muito mais torna-se maçante.
Alguma coisa a comentar?
Usai e abusai da comment box, ela agradece.
AAAAH E 151!
Vão ao blog do Iplagiator, leitor nº 150 aqui.
[A ouvir: (Drop Dead) Beautiful - Britney Spears]
Se for 20% do que se passa na realidade já é muito.
ResponderExcluirEu não gosto de ver séries de advogados porque distorcem completamente a profissão, e além do mais dão uma ideia completamente desvirtuada do que é ser advogado.
Em primeiro lugar, o Direito nos EUA é completamente diferente do que há em Portugal: ninguém anda para lá a passear de um lado para o outro enquanto expõe as suas ideias ao juíz (alegações) ou questiona as testemunhas, não existem os jurados (aquele grupo de pessoas que não tem qualificações jurídicas e que está lá no Tribunal a dar a sua opinião), and so on.
Depois, a maioria dos advogados e advogadas são feios/gordos/velhos. O que não influencia em nada a sua capacidade intelectual, é um facto.
No fundo, quem vê essas séries acha que ser advogado é o máximo e é a profissão mais excitante do mundo: WRONG! É chatiiiiiiiiiiiinha...
Isto focando-me na lógica de saber direito por séries de televisão.. quando era miúda jogava muito ao jogo operação, será que posso começar a operar gente a sério??
ResponderExcluirxD
Eu por acaso sou advogada...se soubesse que bastava ver essas series (que eu via/vejo e que nada têm a ver com a profissão em si...) não tinha estudado 5 anos nem estado num estágio de mais 2 anos e meio nem feito a Agregação á Ordem...realmente, andei a perder os meus dias qd me bastava ver tv ;)
ResponderExcluirJá agora...também vejo ás vezes series sobre hospitais...será que posso fazer uma cirurgia d epeito aberto? Vá ...de peito fechado...
:D
Dexter
ResponderExcluirVá, eu estava a ser simpático com os 20%... queria acreditar naquela parte da rebaldaria no escritório tá?
Miss Murder
Bora! eu jogava cluedo, por isso vou ser detective... se bem que eu nunca ganhei nenhum jogo de cluedo... detalhes.
Framboesa
Tás a ver? 5 anos deitados fora! xDDDD
Pois, depende das séries de médicos que vês xD