Chamam-lhes “betos”, “queques” “filhinhos do papá”.
Habituados a uma filosofia de vida baseada no “eu peço eu tenho”, são a nata da adolescência portuguesa. Os filhos das dondocas e dos doutores que andam na equitação e no ténis praticamente desde que se aguentam em cima das pernas. Crianças que crescem a ver o mundo de uma óptica distorcida de colégios privados, fardas, empregados para todas as necessidades possíveis e imaginárias e liberdade financeira.
Mas o contrário também se aplica. e muito. |
E acabam por sair dali pessoas frustradas que vêm sempre o copo meio vazio, porque não têm nada, e ao mesmo tempo têm tudo.
Ou então pessoas completamente iludidas, sem noção do que custa a vida, por terem sempre sido paparicadas pelo visa dos pais.
Não tive propriamente uma infância difícil.
Não andei em colégios com normas de vestuário. Não vivi numa moradia germinada. Não tive uma doméstica, Nunca joguei criquete e nem fui passar férias em família ao estrangeiro.
E houve fases da minha adolescência – ou deverei dizer aborrecência? – Em que quase me revoltei por não ter sido uma dessas crianças privilegiadas que aos 8 anos já são bilingues, e têm um pónei.
Mas agora vejo que não trocava a minha vida comum pelos excessos deles.
Fico feliz por ter tido pais que em vez de me darem dinheiro para me calarem me deram abraços. Fico orgulhoso por não ter crescido caprichoso e egoísta porque tinha tudo o que queria ao estalar os dedos, fico sinceramente aliviado por não me ter tornado num snob elitista que se julga melhor que as outras pessoas, e honestamente feliz por não ter um vazio tão grande que o preencha com bebedeiras de caixão á cova nas ruas de albufeira ou com maratonas de compras no Colombo.
E no fim até tenho pena.
Pobres meninos ricos.
E vocês?
Conhecem muitas pessoas assim?
O que têm a dizer do assunto?
Vá, comentem , subscrevam e gostem no feicebuque. (pliiise)
Bom fim de semana
[A ouvir: Help Me (she's out of her mind) - Stereophonics]
Por acaso tenho um texto do MEC que fala mais ou menos sobre isso para postar.
ResponderExcluirEm S Martinho, vejo disso aos pontapés, ainda mais agora que começa o Agosto. Como já é o terceiro verão quee tenho que lidar com filhos elitistas e pais que também o são, digo uma coisa muito simples. A base deles é a educação, independentemente das criadas e dos visas e dos póneis.Quem nasceu em "berço de ouro" e sempre se habituou a isso, por norma são as pessoas mais acessíveis que existem.Os outros, que por acaso aterraram num visa, e aqueles que vivem a fingir que nadam em visas são os mais arrogantes e prepotentes que existem.Fala a minha experiência, com os filhos, os pais, os avós e já agora os netos.
O bom desses meninos ricos é quando os pais lhes colocam no público, e vêm o outro lado da vida que não lhes afecta, e são boas pessoas na mesma
ResponderExcluirPois, eu desses conheço imenso. tive uma infância bem difícil, mas o melhor é que, na minha área de formação, até há bem pouco tempo fiquei desempregada, então tive de ir a uma maratona de entrevistas, e, uma pessoa como eu, que sempre andou no ensino público, que tirou cursos de línguas porque trabalhei em part time para pagar esses cursos, etc etc, era preterida a favor precisamente desses meninos com "berço", oriundos de católicas e afins. E pronto, é isto o nosso país. gostava de o mudar, mas não consigo fazê-lo sozinha...
ResponderExcluirNão seja rídicula. Entre esse "grupo" a que se refere há pessoas de muito valor e que se esforçam talvez mais do que muitos que só se queixam.
ExcluirNesses casos a educação que os pais lhes dão também influencia bastante. É preciso que os façam ter noção da realidade desde bastante cedo. Não podem estar sempre a receber tudo o que querem, há que ter limites.
ResponderExcluirInês
ResponderExcluirEh pah, acho que depende. nunca lidei muito com muuuitas pessoas do género, mas também depende dos pais. os novos ricos são mais arrogantes, mas acho que depende de como forem educados
iPlagiator
Mas é muito raro
Filipa
É por isto que odeio cunhas
Silvermist
Concordo totalmente. nada a acrescentar sequer