quarta-feira, novembro 30, 2011

3 é 1 a mais, a sina duma vela


Este fim de semana, lá no alentejo a minha prima convidou-me para ir jantar com ela. Isto até seria uma coisa agradável, se ficássemos por aí, mas não. Era ela e o namorado. Eu gosto muito dela, mas nem pisquei os olhos quando lhe disse que estava muito agradecido, mas dispensava ir segurar a vela.
Tenho a sensação que ela ficou um bocadinho chateada, mas a verdade é que há muito poucas coisas que me façam tanta impressão no que toca a interacções sociais, como fazer de vela

Não falo disto como aquelas pessoas que dizem que não gostam de comida indiana sem nunca terem provado na vida, baseando-se na cocózice como critério de apreciação. Oh não, eu tenho uma experiência razoável com o estatuto de vela (infelizmente os casais gostam todos muito de mim, vá-se lá saber porquê), o que me dá um certo à vontade para falar sobre o assunto.
Eu sempre fui uma vela involuntária*, e muito resumidamente, é uma merda.
Por isso, antes de mais nada, um apelo a todos os casais/pessoas acasaladas que lêem este blog:
4 é bom, 2 é melhor, 3 é um martírio (sem contar com os menages a trois e assim).
Acho que é uma regra bastante válida que os casais (mais ou menos recentes) se esquecem de seguir demasiadas vezes. Sim, a intenção até pode ser muito bonita, mas é uma tortura para o contemplado, como uma espécie de azia contínua misturada com instintos homicidas e depressão ligeira (sim, tudo ao mesmo tempo).
É inevitável para uma vela (involuntária) passar por aquela incrível sensação de que estamos a fazer ali tanta falta como um saleiro numa cafeteria, a dado ponto da conversa, porque o casal acaba sempre por falar de coisas “do casal”, deixando o “plus one” especado a ouvir melosices e piadinhas privadas como se não houvesse amanhã, e então o papel de uma vela acaba por se tornar meramente confirmatório.
Estamos lá para concordar ou discordar do que nos perguntam, porque o assunto vai faltar, e as respostas vão provavelmente virar monossilábicas quando o evento passa a ser “1 casal e 1 amigo” em vez de “3 amigos, 2 dos quais sendo um casal”.
Sim, porque é muito bonita essa ideia de que os amigos não se importam, que ficam felizes por nós estarmos felizes... mas não é por isso que um amigo vai ficar feliz por estar a ver marmelada e trocas de saliva dos amigufos. E não, não é por inveja que digo isto, nem por achar mal demonstrações públicas de afecto nem nada dessas coisas, mas eu também quero que os pandas não se extingam e tenham filhotes, e não é por isso que me vou sentar a vê-los a copular.

*-Existem dois tipos de velas. A vela oferecida (aka a lapa) - que é por exemplo aquela amiga chata e encalhada que acha por bem ir-se enfiar no cinema justamente no meio do casalinho, e passa o filme todo a interromper qualquer tipo de marmelada possível e imaginário - , e a involuntária - que é vítima das circunstâncias e acaba a fazer de decoração num encontro romântico, e bastante mais comum.

E vocês?
Alguma vez apanharam uma vela oferecida?
Qual foi a última vez que tiveram o azar de fazer de vela?
O que é que fazem quando se apanham nessa situação?
Vá, toca a ler comentar e subscrever e essas coisas todas! Amanhã ou sexta respondo aos comentários desta semana!

3 comentários:

  1. Fazer de vela é tão, mas tão, mas tão horrível!!
    A primeira vez que fiquei a fazer de vela foi numa daquelas ocasiões em que não era suposto estar ali naquele momento e foi realmente um suplício... Tinha aí uns 12 anos e o meu irmão mais velho foi o culpado da coisa... Jurei para nunca mais mas, como quem mais jura, mais mente, aconteceu mais vezes... E não gosto. E também não gosto de ter alguém como vela...;)

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  2. E pah aqui em Londres os meus amigos sao so casais ou quase so..
    Entao qd me perguntam queres sair. a primeira coisa q pergunto e digo e: quem vai?? nao quero ir fazer de vela de n sei qts casais...

    Ja fiz involuntaria mts xs.. mas de namoros recentes nao.. fujo a 7 pes e simplesmente digo n quero.: aproveitem o vosso momento
    :)

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  3. B.L.
    É, eu também fujo a isso xD.
    Parece que o casal nunca percebe o constrangimento.
    Kat
    Eu por enquanto não faço muito isso, os amigos mais próximos são tudo gente solteira, mas mesmo assim se for um casal porreirinho ás vezes aguenta-se mais ou menos bem.

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