terça-feira, março 22, 2011

Aquela vez em que Ricardo se perdeu no mato, muito ao estilo "blairwitch project"

A herdade das parchanas, é uma herdade no Alentejo, direccionada para os desportos radicais e fica no meio do mato…ehrm, ok da natureza.
E há uns 5 anos fizemos uma viagem lá. E foi muito divertido no geral.
Mas tenho que vos confessar uma coisa:

Eu sou um autêntico lorde do sofá. Yup, it’s true, tenho medalhas Olímpicas para o salto em comprimento para a cama e para os 2 metros e meio de espreguiçamento no sofá.
E tudo isto me valeu um belo dia de orientação por lá.

Tudo começou ás 7 e tal da manhã, quando nos acordaram para irmos comer no refeitório comum.
Fomos em 3 ou 4 carrinhas de caixa aberta todos ao monte para o meio duma clareira, e deram-nos um mapa com umas cruzinhas – quem não sabe o que é a orientação, é basicamente levar um papelinho para ser marcado com selos a dizer que passamos em determinados pontos de um percurso. A 1ª pessoa a reunir todos e voltar À meta ganha – e desejaram-nos boa sorte.
Ora bem, isto passou-se no Alentejo. E era Maio, ou seja. CALOOOOOR.
Pessoa em sofrimento e com umas farpelas pavorosas
Para pôr uma cereja em cima do bolo, quem é que ficou na minha equipa para além da Joana? As duas meninas do andebol. A K e a V, duas cavalonas que corriam a 50 km a hora (o que é imenso).
Ou seja, lá vou eu, a alteza do sofá, para o meio do calor abespinhador de calças de fato de treino dos chineses e uma disposição imensa que se esfumou em 5 minutos.

Começou tudo muito repentinamente. Estávamos na clareira e de repente era só arvoredo e silvas que tinham a capacidade de me entrar nos boxers, e eu já estava todo suado, e a K e a V já estavam lá a 20 metros À frente, enquanto eu via a minha vida toda em flasback e tinha uma maravilhosa dor de burro em conjunto com a Joana. Mas pelo menos não estava só… pensava eu, até a bácora da Joana ter ficado boa da dor de burro e começar a acompanhá-las. E nesta altura eu agradecia a Deus nosso senhor nunca me ter dado para o tabaco, ou os meus pulmões paravam de funcionar ali.
Eu queria ver o mapa de inicio, a sério que queria, mas eu estava lá loinge e elas estavam com pressa, o que acabou por dar resultado a termos andado quase um quilómetro na direcção errada, e termos de voltar tudo para trás, ao som do meu “eu avisei”.

Depois de 40 minutos a “corrar” (correr + andar) lá me passaram as dores de burro (e amaldiçoei o nosso professor de educação física por nunca nos ter posto a correr a sério nas aulas) e já as acompanhava.
Depois começou o martírio. Para começar aquilo não tinha linhar orientadoras nenhumas. Só 5 cruzes idiotas e o desenho do riacho que passava lá perto. E nós subimos montes, descemos montes ( o Y, 5º elemento do grupo até achou interessante descer uma ladeira terrosa sentado no chão enquanto n´so ficamos a olhar e a pensar que se tinha esquecido de tomar os medicamentos).
E depois encontrámos o 1º “posto”, com um senhor de carimbo na mão e encostado a uma árvore (bem podia ser um pedófilo que nós já estávamos tão perdidos que nem pensamos em perguntar primeiro), e depois demos com outro orientador, e tudo muito bem, até ia engolindo um dardo de uma zarabatana (aquilo não tem nada a especificar que lado entra em contacto com a boca, not my fault), até chegarmos à pradaria das vacas.

É assim, para vocês, pessoas da cidade - que o máximo que viram foi uma vaquinha velha e acabada numa qualquer quinta pedagógica que visitaram em tenra idade - as vaquinhas são fofinhas e amorosas… mas para mim que tive que passar por um terreno cheio de bosta de vaca , nem por isso.
Demoramos quase meia hora a percorrer 300 metros porque o raio bovinos ruminantes que não se mexiam um milímetro enquanto mastigavam o pasto calmamente e nos obstruíam o caminho, só para nos apercebermos já na outra ponta da pradaria de vacas que tínhamos passado por um posto lá no principio…. Ou seja voltar tuuudo pa trás para conseguir um carimbo idiota em forma de estrelinha.
Acabámos por dar com o bendito ultimo post… que ficava no topo de uma maravilhosa parede de escalada. Quem é que ganhou a tarefa de subir aquilo? Eeeu (porque devo ter genes de macaco e faço escalada melhor que eles MUAHAHAHAHA). E quando eu estava quase no topo daqueles 7 metros, e no ar soava isto:,
tal era a emoção do momento, estendo lentamente a mão para a senhora que estava no posto e…

A CABRA DEIXA O BILHETE VOAR!

E eu a ver aquilo tudo em câmara lenta e a quase a gritar “nãããããão” (ok tecnicamente estava quase a gritar "espero que agora tenhas candidiase vaginal de grau 5 -isso é por graus né? - e definhes lentamente a coçar-te sua badalhoca!" mas pronto o "nããão" é mais dramático), tive que descer aquele pardieiro todo e ir a correr atrás do bendito papelinho com os carimbos, já que o vento fazia o favor de levar de volta para a pradaria das vacas a todo o gás, e voltar a subir aquilo tudo outra vez, para depois andar um metro e meio e estar na meta.

E isto meus caros, foi como eu passei a ter instintos homicidas cada vez que penso em orientação.

[A ouvir: Peacemaker-Greenday]
[Humor: Divertido]

6 comentários:

  1. Ahahahahah (em modo histérico)!!!
    Eu já passei por uma experiência muito parecida na Serra da Arrábida (tirando as vacas). O meu grupo foi o último (com duas horas de atraso :|)... Também tive que descer uma encosta sentada, tal era o declive...
    Pensei tanto na minha mãezinhaaaaa (choro histérico)...

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  2. loool, que azar mesmo xD acho que ganhaste o direito aos instintos homicidas :D
    gostei especialmente da tua praga, deixas-me adopta-la para certas pessoas?

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  3. Ehehehehehe

    Eu sou adepta do sofá e da camita.
    Mas gosto de andar a pé, mas sem essas aventuras claro está.

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  4. Oh Ricardito do meu coração, eu ando no meio do mato todas as semanas e acho que se os meus companheiros de equipa estiverem fartos de mim e me deixarem lá, nem que seja a 2 km de casa, sou gaja para demorar uns 3 meses a voltar.

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  5. Ao ler o ultimo comentário até pensei que já tinha comentado este tópico, tive de ler e reler bem para me certificar que o nome da autora não era mesmo o meu :S

    Que grande aventura Ricardito....este rapaz não pára de surpreender.
    Ahahahaha adorei a tua expressão de corrar... não conhecia esta, é gira pah!
    Foram logo meter-te no meio das silvas e das vacas xD, elas ( as vacas) são fofitas e tudo o mais, mas não se dão muito bem com o calor e as moscas. O teu prof de EF não atinava lá muito bem, pois não?
    Mas só por o que me ri ao ler este post teu, valeu a pena.....
    Bisou grande*

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  6. PFIA Maria, tomaste os comprimidos? xD. Por acaso acho que nós ficamos a meio nas classificações. o que já não foi mau.
    Eu pensei que ia aparecer um urso e atacar-nos. e ninguém vinha ali dar connosco ;-;
    Caracóis
    Podes, à vontade, eu tenho sempre pragas queridas e fofinhas! xD
    Inês
    Eu também gosto de caminhadas... mas no mato já não foi assim tão... agradável digamos.
    Vera
    Ao menos eu não me perdia sozinho... embora tenha um óptimo sentido de orientação
    Anne
    Eu sou uma caixinha de surpresas xD. e nunca mais quero ver uma silva na vida (Pelo menos uma silva em estado "ervário")! xD

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