segunda-feira, março 07, 2011

Aquela vez em que o Ricardo teve um tórrido encontro - quase – sexual (ou dois ou três) no comboio

Até este ano, apanhava todas as manhãs o comboio para ir e vir de Faro.
Longe estava eu de saber que essas viagens iriam mudar a minha vida…
Tudo começou numa bela manhã invernal.
De manhã há sempre uma azáfama de pessoas a sair e entrar nos comboios o que proporciona uma pequena multidão. No meio dessa multidão, sentada nos bancos, uma mulherzinha disse-me bom dia... e piscou-me o olho.
Estão a ver aquele momento mágico, em que dois olhares se cruzam, e as almas se encontram, e há magia no ar, e anjinhos a cantar, e apercebemo-nos em êxtase que encontramos a nossa alma gémea?
Pois bem, não foi um desses momentos.
Foi mais um “Ok, esperemos que aquela senhora com idade para ser minha avó tenha um grave problema de estrabismo, e esteja a fazer olhinhos ao maquinista do comboio que está na outra ponta do passeio”.
Mas como tinha mais em que pensar, fui à minha vidinha e passada meia hora já nem me lembrava daquele momento estranho.
Longe estava eu de saber que entrara num livro de romance neo-gótico sem me terem avisado.
Uns quantos dias depois do sucedido, estava eu no comboio pronto para ir para casa e de repente começo a ouvir uma voz a fazer perguntas.
Como eu não sou muito convencido, pensei que não fosse nada comigo, e continuei a ouvir a minha bela musiqueta e a pensar na vida.
De repente um enorme berro
JOVEM!”
E por obra do destino, era o único jovem efectivamente naquela bendita carruagem.
*Fuck it, pensei eu enquanto olhava para trás*
Queres ser aviador?”
*silêncio constrangedor seguido de um enorme WTF mental*
Ahm… não? Porquê?
Ai é que tas com essas hélices *aponta para os fones*
Ahm… ah… pois
E virei-me para a frente, a dar o meu melhor acto de desprezo glaciar.
*Passados uns segundos*
Ai tens uns olhos mesmo giros… se fosse mais nova fazias-me já aqui um filho seguido de uma risadinha porca.

Agora vem a parte gira. Eu quando fico muito nervoso ou constrangido começo-me a rir. Então orei imenso e comecei-me a rir. E foi aí que olhei para ela, e o meu coração deixou de bater (de medo mais precisamente)

À minha frente estava uma senhora de aproximadamente 65 anos. O cabelo grisalho penteado num look muito ao estilo “ursa do pântano sem maquilhagem”. O seu sorriso deslumbrante composto de gengiva superior com alguns dentes espalhados aleatoriamente e umas atraentes olheiras escuras. Tinha uma saia sensual acima dos calcanhares, e em cada pé uma meia de cor diferente, a conjugar completamente com as sandálias e o casaco bege ruço.
Quando olhei para ela desta vez, ela já tinha avançado 4 bancos, e estava na máxima potência de flerte.
E é nestas alturas que adoro a solidariedade humana, porque todas as pessoinhas que estavam no comboio olhavam para mim e riam que nem umas perdidas, enquanto eu estava ali sozinho e vulnerável no meu banquito.
Resolvi tentar novamente o desprezo, encostei a cabeça e preparei-me para dormir.
Quando estava quase a adormecer sinto uma mão no cabelo.
ai tu és mesmo giro

Eu acho que por esta altura já rezava para que a mulher não fosse uma transexual por operar, ou ainda acabava violado no wc do comboio sem dinheiro nem fones.
E continuou. E aprendi que era de Lisboa, e que gostava de cantar… especialmente se fosse ao meu ouvido. E no meio disto tudo eu já nem sabia se chorava ou ria.
Acabei por sair nesse dia numa estação ou duas antes da minha, só para não ir com a mulher no mesmo comboio.

Fim….





…Pensavam vocês
Não, é que isto não acabou assim, claro.
Mais tarde a senhora começou a perseguir-me.
A sério.
Ela era apalpões no comboio, chapadas no meu pobre bumbum enquanto eu passava por ela sem saber que ela ali estava (acompanhadas do olhar pervertido do costume). Promessas de quecas fantásticas (literalmente) e até aquela mítica vez que a dona Apolónia/Ilda, ela disse-me que se chamava Apolónia uma vez e Ilda outra) se sentou no meu colo enquanto fumava um cigarro.
Daquele lindo amor dos transportes públicos guardo aquele lindo momento em que ela me deu o seu bloquinho de notas e inocentemente me disse “dá-me o teu número borracho”.



…Ahm… obviamente que não dei né!

isto aconteceu tudo mesmo.
Não é uma história inventada.
a dona Apolónia (ou Polly como eu lhe chamo) ainda anda aí à caça a contar as suas lindas histórias, e a traumatizar jovens inocentes e sexys como eu (LOL)

Vá, toca a ler subscrever comentar e gostar no facebook.
amanhã respondo aos comments em atraso. ;)

[A ouvir: Style Crazy suffering - Selah Sue ]
[Humor: feliz]

10 comentários:

  1. O teu status é feliz? Depois de um trauma como este? Confessa lá, gostaste? ;)

    Também já tentaram por conversa comigo no comboio, mas eu possuo um olhar -já descrito por amigos como de fugir à cova (e são amigos hã!?)- que afasta mal intencionados.

    :) Vou ler os restantes postes porque andei muito afastada deste teu cantinho.

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  2. Isso é que é azar!!
    Ainda se fosse alguma rapriga gira, agora uma idosa?! :P

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  3. gosh
    ainda bem que por enquanto so apanhei velhotes tarados mas nd mais do que um piropo foleiro ou uma tentativa frustrada de algo que se parece com um apalpão.. acho que insultava a pessoa que me fize.s isso ...medo..

    tu e as tuas fantásticas historias de vida xD vais contar isso aos teus filhos? oO ahaha deve ser giro!

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  4. Se fosse um velho a fazer isso a uma rapariga ficava toda a gente chocada mas como foi ao contrário ninguém se importou... descriminação sexual!

    Mas, no fundo, no fundinho, tu até gostaste, carago! ahaha
    ;)

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  5. A única coisa que ocorre dizer é:
    Eh láaaaaaaaaaaaaaa!!!

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  6. Joana
    Já estou mais ou menos curado do trauma xD. bem vinda de volta. continua a ler que tenho sempre as portas abertas para os antigos leitores e para os novos ;) por falar nisso tenho que ir ao teu espacinho, já lá não vou há imenso tempo
    Pink
    Sim, sou de Albufeira mais concretamente.
    Marciano
    A minha vida dava uma novela da TVI... ou duas xD
    Paula
    Mas vocemessê já devia saber mais que bem que eu atraio gente maluca xD.
    Vou vou, pa os alertar, sei lá se a Dona Apolónia tem filhos ou filhas e netos e assim xD
    PFIA
    Concordo xD devia ter ido à GNR dizer que fui vitima de assédio sexual xD. Adorei, ainda sonho com ela e a sua falta de dentes de x em quando xD
    Inês
    Eh Lah mesmo xD

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  7. Isto lembrou-me qualquer coisa, mas também já não fica para hoje...depois saberás o que foi ;)

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  8. Ahahaha, o que eu me ri! xD Mas deves ter apanhado um belo de um cagaço...

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  9. Ana
    Yup, um lindo susto a dada altura xD

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