segunda-feira, janeiro 03, 2011

"Estou crescendo.Estou perdendo as minhas Ilusões, talvez para adquirir outras novas"

citação do Livro "Orlando" de Virginia Woolf, que estou correntemente a ler.
Agora que já passou aquela euforia toda dos posts de passagem de ano e de contarmos uns aos outros como foi (coisa conta a qual não tenho nada ao contrário do que a sodona PFIA comentou xD só acho maçador tudo falar do mesmo durante dois dias.), retomam-se os posts normais um pouco por todos os blogs. 
para os leitores curiosos por saber como correu a minha PA, leiam o pequeno spoiler que vou deixar no fim do post.

Findo este aparte, vamos lá ao post.

Com esta história do ano novo, até é normal que se pense mais em mudanças que as nossas vidas sofrem a todos os níveis. Mas a mudança em que menos reparamos é no nosso próprio crescimento.
Crescer é uma coisa que sempre me fascinou. Ninguém está imune ao processo e ele nunca é igual de pessoa para pessoa.
Há quem tenha medo de crescer, e quem o ambicione avidamente, mas todos eventualmente acabamos por o fazer gradualmente.

E o que é crescer?
Aquela citação é até agora de todas as que li, a que melhor o descreve o processo.
Crescer é toda uma mudança de ilusões.
As ilusões existem em todas as fases da nossa vida.
Não são só as pessoas ingénuas que as têm.
Eu tenho-as e vocês que estão a ler isto também as têm em quantidades razoáveis.
É uma coisa perfeitamente normal e que nos torna humanos.

Passamos por várias fases de crescimento, não é uma coisa que ocorra de um dia para o outro com a ajuda de uma qualquer epifania – embora no decorrer do crescimento as epifanias estejam lá para ajudar no caminho - quem se mostra muito diferente dum dia para o outro está claramente a aldrabar-vos :

Quando somos crianças acreditamos em tudo, não há selectividade, o Pai Natal é-nos tão plausível como o carteiro ou a senhora do supermercado ao fundo da rua. E não nos sentimos mal por isso.
Mas a infância decorre sem problemas de maior, e com o decorrer dos anos discernimos melhor as fantasias que criámos. Reparamos que a história das cegonhas e da sementinha não são lá grande explicação para o típico “de ode vêm os bebés?”.
E quando todas essas fantasias desaparecem, entramos num novo estágio, passamos para aquela fase que abrange grande parte da nossa adolescência.
E acreditamos em amizades eternas e em amores inquebráveis e em lealdade. Deixamos as hormonas tomar controlo dos nossos sentimentos e vemos um mundo de cores garridas de exageros.
E depois crescemos novamente, e o mundo ganha outras cores, e vemos que o eterno de outrora não era assim tão eterno quanto queríamos que fosse. E que o amor que parecia inquebrável nem devia ser mais do que uma paixão assolapada.
E chegamos a outro estágio.

E o processo repete-se indeterminadamente.

No entanto, por se atingir uma certa idade nem sempre temos autoridade sobre pessoas mais novas que nós, porque uma experiência de vida diferente, os pode ter obrigado a crescer mais rápido, ou o simples carácter da pessoa permitiu-lhe fazê-lo de maneira mais rápida do que nós.

Já diz o outro “Idade não é documento”.

Um dos melhores exemplos do crescimento, é a forma como se encaram os sentimentos de maneiras completamente diferentes de altura para altura.
Ainda há pessoas que esperam por uma pessoa utopicamente perfeita, por alguém que qual livro romântico venha e torne a vida num conto de fadas.
Outros que pensam que o amor não vale a pena.
Outros que pensam no amor como uma coisa simples.
E outros que não sabem o que esperar porque o grande “A” ainda não lhes bateu à porta (como eu) - ou se lhes bateu não estavam em casa na altura - Só umas quantas “P” (paixões, não pensemos em coisas badalhocas a estas horas).

E ao nosso ritmo apercebemo-nos de que tudo o que vemos são ilusões que formamos de forma involuntária, percepções que temos na altura do mundo que nos rodeia, e que mudam de acordo com a nossa mente.
Há quem estagne numa idade mental e nunca cresça, e há quem se recuse a fazê-lo por ter medo de enfrentar a vida com olhos mais atentos, preferindo romancear as coisas um bocadinho.
Mas eventualmente todos passamos pelo crescimento…
Ou ele passa por nós, a ritmos diferentes para cada um.

E – citando novamente o mesmo livro - “A vida é um Sonho. O despertar é que nos mata” (esta frase tinha ficado MESMO bem neste meu post pah -.-) quando deixamos de ter ilusões o processo de crescimento acaba. E morremos.
Porque como toda a gente sabe, crescemos até à morte.
E crescer não bom nem mau.
É necessário.
Crescer não é olhar com amargura para o mundo porque “já se viveu muita coisa”.
Crescer não é desconfiar de tudo e de todos e adquirir uma postura céptica.
Crescer não é adquirir um ponto de vista que sirva mais para impressionar os outros do que para nos deixar confortáveis.
Crescer é adquirir a pouco e pouco a capacidade de ver o mundo como ele é, e viver com isso.


E vocês?
Tiveram alguma fase na vossa vida de medo de crescer?
Concordam, discordam?
Ah, e Já agora, Votem ali na votação ao canto superior esquerdo se faz favor.
Comentai!


[A ouvir: Make The Bus- Janelle Monae]
[Humor: Preguiçoso]


Agora sobre a Passagem de Ano :

Este ano como de costume fomos para a praia dos Pescadores. Vimos os Ídolos, e devo dizer que as pessoas não têm noção de como uma coisa daquelas funciona até a verem detrás das câmaras. Gostei imenso, e a foto no meu perfil deve mostrar 1% da multidão que estava em Albufeira na Madrugada de dia 1. Bebeu-se champagne e vodka e andamos pela areia e pelas ruas de Albufeira a aparvalhar. e como vocês são uns leitores à maneira, aqui fica um sneak Peak (em que me podem ouvir dizer "merda merda merda" porque derramei vodka ou champagne em cima xD) e pronto já chega de Reveillon.

8 comentários:

  1. Oh sim, Ricardo, dá-me coisas concretas para eu pensar, que este trabalho põe-me burra, e as chatices fazem-me andar com a cabeça à roda. :) Obrigada!

    Há cerca de 10 anos atrás, eu achava que sabia tudo da vida, que tinha vivido muito. Era meia burrinha. Depois levei cacetada, a vida a mostrar-me que não era nada assim, mas não quis ver. E cada vez apareciam mais problemas na minha vida, mais testes, mais situações estranhas. Só agora, é que começo a ver com maior maturidade tudo o que aconteceu na minha vida, e penso que só no ano 2010 comecei a ter real noção do crescimento e de tudo o que está relacionado com ele. Só assim, comecei a ser menos odiosa e mais compreendiva com tudo.

    Acredito que tudo o que aparece na nossa vida, é importante e acontece por um motivo. Atraímos sempre situações que nos fazem crescer (se assim o escolhermos) mas muitas vezes preferimos ser vítimas.

    *

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  2. [:( Eu avisei que tava com “mau feitio”… Mas, só por acaso, até partilho da tua opinião.]

    ~~~~~~~~~~
    Curiosamente, eu tive medo de crescer numa altura em que (habitualmente) se quer crescer à pressa. Tinha aí uns 8/9 anos e sabia que tinha uma vida perfeita. Uma vida que nunca mais ia ser assim. E não foi. Mas, com os anos, aprendi a ver o “copo meio cheio”. Muitas desilusões, é verdade, mas isso também é crescimento. E, provavelmente, também desiludi muita gente. :/

    PS: Nobody is perfect… But, who the hell wants to be a nobody? (não “m’ alembra” quem é que disse isto, mas é funny…)

    **

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  3. Virginia Wolf???
    É preciso coragem para ler!!Estou a lembrar-me de tentar lê-la novamente.
    Quanto ao post,concordo com tudo,mas faço parte daquele grupo de pessoas que se viu obrigado a crescer enquanto crianças.

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  4. Crescer é uma aprendizagem única, partilhada por várias fases e momentos da nossa vida. Depende de vários factores, familia, amigos, conhecidos até e forma como vais vendo o mundo e te adaptas a todas as situações inerentes a ele. Estamos sempre a aprender porque a vida é mesmo isso....um aprendizado!

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  5. Olaa tudo bem? Um BOM ANO :)

    olha estou a participar num concurso e preciso que comentes ou votes na minha fotografia..o nome dela é The Waiting, para tal tens de ir aqui -> http://paixaoimagem.blogspot.com/ ok?


    Ps:gostei muito do teu blog :) e ja o estou a seguir!!

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  6. Eu acho que tu és a minha versão em masculino. Cum catano, que muitas perguntas fazes!

    De qualquer forma e mesmo dentro de um curto espaço de tempo, temo que se possa crescer e regredir, parece que ainda foi ontem que escrevi este meu grito do Ipiranga, bem adolescente por sinal:

    Eu costumo dizer que tenho uns óculos de lentes cor de rosa. Bem sei, que mudam o tom real da vida mas sinto-me impreparada para os tirar (ainda ou sempre?).
    Aquelas frases feitas que nos surgem tantas vezes, como por exemplo, a nossa crença é a nossa sentença, é fácil de encaixar aqui. Ora se eu for buscar a minha parte racional, digo já que tudo é uma grande treta e que a cara-metade e a alma gémea é uma história de encantar. E que estou bem é sozinha, sem merdas dessas, e que amar ou a paixão é mas é, uma grande pedra no sapato e blábláblá…
    Mas eu não sou muito dada a racionalidades quando o tema é sentimentos.
    Porque não há nada de racional no amor que se possa sentir, na tesão, paixão, ou outro nome qualquer que se lhe queira dar. E como tal não me sinto pequena, nem fraca, nem com qualquer problema emocional, ou qualquer falha de auto-estima quando quero acreditar que possa de facto existir uma pessoa que me faça sentir e à qual eu faça sentir todas as sensações atribuídas a “almas-gémeas”.
    E se isso acontecer e lhe chamar alma-gémea ou cara-metade,e alguém o classificar como um exagero, psicose ou qualquer outra disfunção da qual desconheço o nome, quero bem que se foda! Porque nessa altura devo estar é bem feliz e qualquer rótulo à minha garrafa de felicidade é secundário. Porque o que é bom é o que está lá dentro!

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  7. pois desatavas... mas tu és rapaz! E ok, até teve piada no momento, o problema é que aquele tipo de comentários sempre fez parte do meu irmão. Machista de um raio!

    Gostei muito do teu post btw :)

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  8. BSL
    Sempre Às ordens xD
    Há sempre uma fase na vida em que pensamos que ja sabemos tudo. já passei por ela tambem. e foi bstante fugaz diga-se de passagem xD.
    Eu não sei se cresci muito este ano, mas sei que já estou mais crescido (isto parece completamente conversa de infantário) do que muita gente que conheço. embora me falte imenso para viver.
    É tambem acho que as coisas são uma espécie de teste. temos que o saber passar ^^
    PFIA
    Ai eu quando era puto queria era ser grande. e quando fiquei "grande" quis ser puto por uns tempos, mas agora já estou no meio termo xD. Isto estamos cá para aprender cos erros. se não fizermos nada não erramos e não aprendemos.
    Nice quote xD
    Revolução
    pois, tudo o que nos rodeia influencia como crescemos e no que nos tornamos, embora não seja assim tanto como se diz. o carácter das pessoas com o qual elas nascem influencia muito mais.
    Pois já lá diz o outro "vivendo e aprendendo"
    Gonçalo
    Só por acaso a tua foto está muito gira xD obrigado ;)
    Maria
    Sim, esqueci-me de referir as regressões completamente. se bem que muitas vezes as regressões não passam de crescimento que não aconteceu.
    Uns oculos cor de rosa dão sempre jeito (prefiro amarelos porque odeio cor de rosa e o amarelo é cor do optimismo), e se os usarmos moderadamente não faz mal nenhum. tambem podemos ser optimistas. ajuda sempre.
    Por acaso cara metade e alma gémea até nem é muito piroso, tá descansadinha xD.
    Corina
    LOL o teu irmão é doido xD. thaks ;)

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