quarta-feira, janeiro 26, 2011

Eu amuh vce? - CIALTM parte V



~

Ok, hoje deparei-me com isto.

E a sério que tentei mas não consegui resistir.
Depois de ter tido uma trombose com todo aquele amontoado de erros ortográficos e a imbecilidade do discurso (sim jovem, se tas a ler isto, és uma debilóide que não sabe escrever) pus-me a pensar. Eu sempre tive a minha ideia própria de amor, com poucos floreados, e a tentar ser realista… mas depois deparo-me com estas coisas e dou por mim a perguntar a ninguém em particular:

“Mas afinal, alguém me explica qual é a definição de amor hoje em dia? É conhecer alguém via msn e catrapuz já está?” Como não obtenho resposta, acho que podiam ser vocês a responder. xD

Não vou obviamente falar de relações cibernéticas. Disso já falei no ano passado aqui, se quiserem vejam por vocês mesmos e comentem lá o assunto em específico. 

Porém, tenho a impressão de que hoje em dia há cada vez mais pessoas lesadas (emocionalmente e não só), que não sabem muito bem para onde é que se hão-de virar, e ao mínimo calorzinho pensam que encontraram o amor da videca delas.
Vamos a ver se nos entendemos.

O amor não é fácil.
Não percebo muito bem como é que as pessoas cada vez mais têm aquela sensação de que um dia estando sentadinhas aparece aquela pessoa que se encaixa perfeitamente em nós (isto soou completamente pornográfico, mas era mais um ponto de vista sentimentalão xD) e que de repente a vida é um mar de rosas.
Desenganem-se se pensam que vão viver uma história estilo novela das 8 com uma pessoa perfeita, pelo simples motivos que elas não existem. O amor é exactamente aceitar os defeitos do outro, e ajudar na sua correcção se possível. Caso contrário, viver com eles. São muitas cedências de ambos os lados, até se encontrar o equilíbrio. Não é um mar de rosas porque as pessoas não andam sempre felizes, e não estejam à espera dum namorado que dê puns que cheirem a menta, ou uma namorada que fique super feliz e contente em vez de ter TPM. Quer dizer, se tomarem psicotrópicos suficientes até são capazes de arranjar alguém assim, ou pelo menos vêm-nos assim.
O amor não existe sem semelhanças… e diferenças
Há muito aquela ideia de que arranjar alguém como nós é o mais acertado. E eu compreendo o ponto de vista, mas no entanto, às vezes as pessoas serem demasiado semelhantes acaba por as afastar, por não haver aquela… faísca. Bem como pessoas demasiado diferentes se afastam por não haver espaço para um entendimento. O melhor é um meio-termo, mas pessoalmente se tiver de pender mais para um lado, acho que pessoas mais diferentes acabam por resultar melhor. Por exemplo, um labrego e uma conservadora conhecem-se, fazem um casalinho engraçado e tales, e toda a gente diz que “fazem um belo par”, ficam juntos e acabam por ter uma ninhada de labreguinhos e ficam felizes para sempre. Mas muito provavelmente o labrego até ficava melhor com uma citadina toda trendy, e a conservadora era bem servida com um hippie pró activo, por mais destoantes que ficassem a olho nu, porque acabavam por complementar os pontos de vista uns dos outros.
O amor não nasce dum dia para o outro.
Isso é a paixão, e a paixão vai e vem, tal como o interesse físico, a atracção, ou o que quer que lhe queixam chamar. Por eu dar um beijo à francesa a alguém, não descubro imediatamente a minha alma gémea, Meus queridos isto não é o avatar (o filme), em que mal eles ligavam lá os rabixos ficavam apaixonados para sempre e lalalala. Isto é a vida real. O amor vai se construindo. Claro que se começa pela simples atracção (que em alguns casos até só existe mais tarde), passa a paixão, depois a cumplicidade. E assim indefinidamente, porque é muito subjectivo, e cada pessoa demora o seu tempo a sentir o tal amor.
O amor precisa de mais coisas para além de falinhas mansas e promessas exageradas
C’mon toda a gente sabe que no inicio fazemos todos promessas que não tencionamos cumprir. Ela promete a ele que não vai ser muito controladora, e ele diz-lhe que vai prestar atenção a tudo o que ela diz. São aquelas promessas feitas da maior boa fé, mas que nunca dão em nada, e que são feitas na altura em que não há ainda confiança suficiente, ou aceitação suficiente do próximo para haver amor. E essa fase das falinhas mansas e de se ter muito cuidado com tudo o que se diz ou faz acaba por passar mais lá pra frente, é normal. O que não é normal é toda uma relação ser feita por demasiado controlo, como hei de explicar… tipo estarem um bocadinho presos e terem muita cerimónia um com o outro por não saberem bem em que território pisam e pensarem que se forem permissivos e dóceis tudo corre melhor. Quando isso acontece o amor ainda não existe.
Dizer “amo-te” não é um contracto verbal.
Por uma pessoa dizer a palavra “a” que assina um contracto de fidelidade e adulação ao outro.
É uma palavra, como “telemóvel” ou “colher”. O que interessa é o significado que se atribui ao que se diz. As pessoas romantizam a palavra “a” demais. É por essas e por outras que muita gente depois de ser traída levar cós pés ou dar pró torto, fica extremamente  desolada porque “o K disse que me amava, e era mentira”.  Podia não ser mentira… isto leva ao ponto seguinte.
O amor não é eterno ou inquebrável
É só um sentimento. Ok, é um bocado mais valorizado que todos os outros… mas isso não o faz necessariamente mais duradouro que os outros… o amor também se vai à vida se houver condições para tal, é o mesmo que meteres um cacto (a planta mais resistente a condições adversas) dentro dum frasco com sabonete. Ele morre. Não acredito que de um dia para o outro uma pessoa deixe de amar a outra, mas gradualmente tal pode acontecer.

E agora vocês?
O que acham que é o amor?
O que é preciso para o manter?
Anda mesmo toda a gente atrás dele(do amor)?
Já apanharam assim muitos imbecis a par da autora do lindo texto de amorz acima?
Não acham que cada vez mais as pessoas confundem tudo?
Porque acham que isto acontece?
Quantas vezes é que já disseram ou ouviram um “amo-te” não completamente sentido?
Já “desamaram” alguém?
Comentai!

[A ouvir: Beautiful Heartache - Shapeshifters]

[Humor: Venenoso]

5 comentários:

  1. "emprevisto"

    morri LOL

    Isto hoje em dia é assim... amor à primeira tecla LOL

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  2. Não me vou prenunciar quanto à "definição de amor"
    Só digo, quando alguém "assina tal papel", está a comprometer-se a cumplicidade e tudo o que dai advem.

    O que é preciso para o manter? Saber aceitar tanto as virtudes como os defeitos, saber onde ceder e onde não, estar consciente que a vida não é um mar de rosas e como eu já disse muita vez, saber que amar é Um sinónimo de sofrer.

    Anda toda a gente atrás do amor, não quer dizer que sempre seja amor pelo outro ou do outro, pode ser também amor próprio ;)

    Já apanhei uns quantos crentes, que não tem consistência dos limites e possibilidades de acontecer com elas o que aconteceu com os outros.

    Algumas pessoas, sobretudo gente jovem confunde muito isso, simplesmente porque não se sabe o que é até se sentir na pele. :)

    Porquê já ta explicado :p

    Quantas x disse/ouvi amo-te sem sentido? 1.

    Desamaram? deixaram de amar? oO se for isso, não, porque só à uns tempos senti o que era amar e ser amada. Td o resto não passaram de paixões de criança inocente.

    cumps

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  3. Jessica
    Acredita em mim, aquela zona do site ainda tem pior. bem pior xD.
    LOL gostei do amor à primeira tecla xD
    Cruz
    Isto crentes é o que há cada vez mais... infelizmente pra atmosfera xD
    E sim, desamar de "deixar de amar" xD
    boa resposta. munto românticos andomos nós hein? xD

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  4. Assunto complicadito...

    Hoje em dia, parece-me que o msn tanto como o facebook e outros, são como discotecas e bares de engate.

    Para mim, nada disso é amor.
    É ilusão e serve para as pessoas ocuparem o seu tempo.

    Para definir amor, deixo-te um texto do Miguel Esteves Cardoso:

    "Há coisas que não são para se perceberem. Esta é uma delas. Tenho uma coisa para dizer e não sei como hei-de dizê-la. Muito do que se segue pode ser, por isso, incompreensível. A culpa é minha. O que for incompreensível não é mesmo para se perceber. Não é por falta de clareza. Serei muito claro. Eu próprio percebo pouco do que tenho para dizer. Mas tenho de dizê-lo.

    Hoje as pessoas apaixonam-se por uma questão de prática. Porque dá jeito. Porque são colegas e estão ali mesmo ao lado. Porque se dão bem e não se chateiam muito. Porque faz sentido. Porque é mais barato, por causa da casa. Por causa da cama. Por causa das cuecas e das calças e das contas da lavandaria. Hoje em dia as pessoas fazem contratos pré-nupciais, discutem tudo de antemão, fazem planos e à mínima merdinha entram logo em "diálogo". O amor passou a ser passível de ser combinado. Os amantes tornaram-se sócios.

    Já ninguém aceita a paixão pura, a saudade sem fim, a tristeza, o desequilíbrio, o medo, o custo, o amor, a doença que é como um cancro a comer-nos o coração e que nos canta no peito ao mesmo tempo?

    O amor é uma coisa, a vida é outra. O amor não é para ser uma ajudinha. Não é para ser o alívio, o repouso, o intervalo, a pancadinha nas costas, a pausa que refresca, o pronto-socorro da tortuosa estrada da vida, o nosso "dá lá um jeitinho sentimental". Odeio esta mania contemporânea por sopas e descanso. Odeio os novos casalinhos. O amor fechou a loja. Foi trespassada ao pessoal da pantufa e da serenidade.

    Amor é amor. É essa beleza. É esse perigo. O nosso amor não é para nos compreender, não é para nos ajudar, não é para nos fazer felizes. Tanto pode como não pode. Tanto faz. É uma questão de azar. O nosso amor não é para nos amar, para nos levar de repente ao céu, a tempo ainda de apanhar um bocadinho de inferno aberto.

    O amor é uma coisa, a vida é outra. O amor puro não é um meio, não é um fim, não é um princípio, não é um destino. O amor puro é uma condição. Tem tanto a ver com a vida de cada um como o clima. O amor não se percebe. Não é para perceber."

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  5. Pra acabar bem a Semana, responder aos comments xD
    BSL
    Olha, bela metáfora. se bem que o facebook não é tanto uma discoteca de busca, como uma montra de exibição xD.
    Desconhecia o texto, mas gostei imenso! ;)

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